Não teremos carros da BYD sendo produzidos no Brasil tão cedo

BYD adia produção em Camaçari para setembro, enfrentando desafios operacionais e logísticos. Montadora importa 17 mil veículos da China para mitigar impactos.

A fabricante de veículos BYD anunciou, nesta quarta-feira (26), que o início da produção em sua unidade na Bahia, Brasil, enfrentará atrasos significativos.

Com a previsão inicial para março deste ano, a operação agora está programada para começar em setembro. O adiamento deve-se a problemas enfrentados com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda, responsável por parte das obras de Camaçari.

Após denúncias de más condições de trabalho e o resgate de 163 trabalhadores, o Ministério Público do Trabalho embargou parte das atividades, obrigando a BYD a rever seu cronograma. Apesar dos desafios, a empresa mantém o plano de iniciar a produção SKD em setembro.

Impactos no cronograma e estratégias da BYD

Foto: Shutterstock

Com o novo cronograma, os planos de alcançar uma produção totalmente nacionalizada em Camaçari até agosto foram adiados.

A transição para a montagem CKD, inicialmente prevista para ocorrer até dezembro, também pode sofrer atrasos. A nacionalização dos veículos, que incluirá a construção de setores de pintura e estamparia, acontecerá de forma mais lenta.

Importação de veículos para suprir demanda

Para contornar o impacto do atraso na produção nacional, a BYD continuará importando veículos da China. Nesta quinta-feira (27), cerca de 5.524 unidades das linhas Dolphin, Song e Yuan chegarão ao Brasil.

Mais duas remessas, totalizando 17 mil unidades, devem desembarcar até junho. Essa estratégia ajuda a manter o estoque até o início da produção local.

Desafios regulatórios e tributários

A BYD também enfrenta desafios relacionados às mudanças nas tarifas de importação. A partir de julho, as alíquotas para veículos elétricos e híbridos aumentarão.

Além disso, a Anfavea, entidade que representa as montadoras no Brasil, pressiona por um aumento do imposto de importação para 35% a partir de 2026, afetando veículos montados com kits CKD e SKD.

Com o atraso na produção nacional, a BYD terá que ajustar suas estratégias para manter sua presença no mercado brasileiro. A importação de veículos da China será crucial para manter a oferta até que a montadora possa iniciar a produção local plena.

Além disso, a empresa precisa se preparar para enfrentar possíveis mudanças regulatórias que podem impactar sua operação no Brasil.

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