Ninguém esperava! Aluguel de motos elétricas vira febre em 2025 e atropela as gigantes japonesas

Motos elétricas crescem forte e deixam Honda e Yamaha no passado.

O avanço das motos elétricas no Brasil deixou de ser uma tendência distante e se tornou uma realidade visível — especialmente em grandes centros como São Paulo, onde o característico “zumbido” dos motores elétricos já domina o trânsito.

Em 2025, esse segmento registrou um crescimento superior a 20%, impulsionado principalmente pelos modelos voltados para aluguel, que vêm transformando o dia a dia de entregadores e profissionais que dependem da mobilidade.

Mas o que explica esse salto? E por que marcas tradicionais como Honda e Yamaha ainda caminham lentamente nesse mercado em plena expansão?

Crescimento em 2025: o avanço das motos elétricas no Brasil

Dados recentes da Fenabrave, publicados pelo Estadão, mostram que os emplacamentos de motos elétricas cresceram 20,53% entre janeiro e outubro de 2025.

No entanto, apesar da evolução expressiva, o segmento ainda representa apenas 0,39% de todas as motocicletas vendidas nacionalmente.

Outro destaque é a concentração geográfica: a maior parte das vendas ocorre na cidade de São Paulo, onde a demanda por alternativas mais econômicas e sustentáveis vem aumentando rapidamente. A presença de modelos chineses importados também reforça a natureza ainda pulverizada do mercado.

Interesse por motos elétricas não para de crescer no Brasil (Foto: Reprodução)

Crise da Voltz Motors e o impacto na confiança do consumidor

Mesmo com o crescimento, há um obstáculo que o setor ainda precisa superar: a desconfiança do consumidor. O motivo tem nome, Voltz Motors.

A empresa, que já foi vista como promessa nacional e apelidada de “Tesla do Nordeste”, enfrenta recuperação judicial, dívidas superiores a R$ 140 milhões e produção paralisada.

O caso se tornou um alerta para quem deseja comprar uma moto elétrica: garantia de peças, assistência técnica e pós-venda são fundamentais.

Preenchendo esse vazio, marcas como a Leva Motors adotam estratégias mais sólidas, como vendas apenas com pronta entrega e fortalecimento da rede de assistência. A expectativa é atingir até 3 mil unidades vendidas mensalmente em 2026.

Por que o aluguel de motos elétricas virou febre entre os entregadores?

Se a compra ainda gera insegurança, o aluguel de motos elétricas se tornou o grande motor dessa expansão. Empresas como a Vammo já ultrapassaram a marca de 5 mil motos alugadas na Grande São Paulo, com listas de espera constantes.

A lógica é simples e destaca as principais vantagens das motos elétricas para entregadores:

  • Custo de energia extremamente baixo: carregar a bateria custa, em média, 20% do valor gasto com gasolina para o mesmo trajeto.
  • Manutenção mínima: sem óleo, sem velas e sem correias e o locador assume as manutenções mais complexas.
  • Maior conforto: menos vibração, menor ruído e zero calor do motor.

Motoboys relatam que, mesmo pagando cerca de R$ 189 por semana, a economia total compensa e torna o aluguel financeiramente vantajoso.

Honda e Yamaha: por que as gigantes ainda hesitam?

Enquanto startups ganham espaço, Honda e Yamaha seguem mais cautelosas. No Brasil, onde as duas detêm quase 80% do mercado de motos a combustão, a migração para o elétrico acontece de forma lenta.

A Honda lançou a WN7 globalmente, mas o preço europeu, equivalente a quase R$ 94 mil, impede sua popularização por aqui.

A Yamaha, por sua vez, introduziu a scooter Neo’s Connected, custando cerca de R$ 35 mil, mas a autonomia limitada (apenas 39 km com uma bateria) desestimula o consumidor.

O principal entrave é o alto custo das baterias e a ausência de incentivos fiscais, como o aguardado IPI Verde, que permanece travando a competitividade dos modelos.

Desafio da autonomia: o ponto fraco que ainda limita a expansão

Apesar do crescimento acelerado, a autonomia das motos elétricas continua sendo uma barreira. Enquanto uma moto a combustão pode percorrer cerca de 300 km com um tanque, muitos modelos elétricos populares ainda não passam dos 100 km com carga total.

Por isso, elas reinam nas cidades, onde deslocamentos são curtos e previsíveis, mas ainda não são opções viáveis para viagens ou uso rodoviário.

você pode gostar também