Nissan e Honda confirmam negociações e fusão já tem data para acontecer

Honda e Nissan anunciaram seus planos de fusão, uma estratégia que está programada para ser concretizada até 2026. Esta união tem o objetivo principal de fortalecer a competitividade das marcas em um cenário global desafiador, marcado pela crescente concorrência das fabricantes chinesas. A Mitsubishi também está avaliando sua participação na fusão, com uma decisão esperada até o final de janeiro.

Caso essa fusão seja bem-sucedida, a nova entidade formada por Honda e Nissan poderá se tornar a terceira maior montadora do mundo, com um valor estimado de US$ 50 bilhões. Essa posição colocaria a nova empresa atrás apenas das gigantes Toyota e Volkswagen em termos de volume de vendas. A Honda deverá ter a maioria dos diretores e o presidente no comando da nova organização.

A aliança entre essas montadoras não é novidade. No passado, Honda e Nissan já haviam colaborado em projetos no setor de veículos elétricos, buscando desenvolver tecnologias avançadas em gerenciamento e inteligência artificial. A união visa ainda fortalecer a produção de componentes essenciais, como baterias e motores, preparando-se para enfrentar tanto a pressão das montadoras chinesas, como GAC e BYD, quanto a concorrência da Tesla.

Foto: Getty Images

Renault fora do cenário de fusão?

Além dos desafios oriundos da concorrência externa, a fusão entre Honda e Nissan pode trazer impactos na relação com a Renault. A participação da Renault na Nissan está em declínio, e a empresa francesa estaria disposta a vender sua parte para a Honda. Esta mudança estrutural poderia ser vista como benéfica para a Renault.

Em declarações recentes, tanto a Honda quanto a Nissan negaram qualquer plano oficial de fusão. No entanto, fontes indicam que um memorando de entendimento pode ser assinado em breve, sinalizando a criação de uma nova holding. A Renault ainda não se manifestou sobre essas movimentações, alegando desconhecimento dos planos.

Uma salvação para a Nissan?

Internamente, a Nissan enfrenta uma crise financeira significativa, tendo entrado em “modo de emergência” em novembro. A montadora precisa urgentemente de um investidor-âncora para sobreviver nos próximos 14 meses. A fusão com a Honda surge como uma solução viável para estabilizar a situação financeira da companhia.

A possibilidade de integração com a Mitsubishi também está em pauta, dependendo do consentimento da Renault. Atualmente, Honda e Nissan ocupam posições de destaque no Japão, atrás apenas da Toyota. Juntas, as três empresas venderam cerca de 4 milhões de veículos no primeiro semestre, enquanto a Toyota sozinha alcançou 5,2 milhões de unidades.

*Foto em destaque: Honda