Novas regras para carros 0 km no Brasil. Vão ficar mais caros?
Mudanças no setor automotivo brasileiro promovem avanços tecnológicos, mas desafiam acessibilidade econômica dos novos modelos.
A partir de 1º de janeiro de 2025, o mercado automotivo brasileiro passou a operar sob as novas diretrizes do Proconve L8. Este programa estabelece requisitos mais rigorosos para emissões de poluentes, impactando diretamente as montadoras.
As novas regras exigem atualização tecnológica e mudanças nos portfólios das marcas, refletindo na produção e comercialização de veículos.
A exigência do Proconve L8 gerou impacto significativo nas operações de montadoras como Mitsubishi, Hyundai e Stellantis. Essas empresas precisaram reestruturar suas linhas de produção e atualizar seus motores para atender às novas normas ambientais. O desafio está em balancear inovação tecnológica com acessibilidade econômica para os consumidores.
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Impactos e adaptações das montadoras
- Mitsubishi e a fábrica em Catalão
A Mitsubishi encerrou suas operações de montagem de motor em Catalão, Goiás, onde o 2.4 Turbodiesel era fabricado. A decisão foi tomada devido ao alto custo de adaptação desse motor às normas do Proconve L8. Dessa forma, a marca optou por importar um motor mais avançado para a nova versão da picape, chamada Triton.
- Atualizações na Hyundai
Em outubro de 2024, a Hyundai trouxe ao Brasil a versão 1.6 turbo do Creta, já em conformidade com o Proconve L8. O motor 1.0 turbo, presente em modelos como o HB20, foi aprimorado para uma maior eficiência térmica, reduzindo o consumo em até 6%. Com etanol, a potência mantém-se em 120 cv.
- Modernização dos motores Chevrolet
A Chevrolet conseguiu atualizar seus motores 1.0 e 1.2 turbo com injeção direta, aumentando a potência e a economia. O motor 1.0 flex passou a oferecer 121 cv, enquanto o torque subiu para 18,3 kgfm. Já o motor 1.2 teve sua potência elevada para 141 cv.
- Stellantis e a transição para motores mais eficientes
A Stellantis, conglomerado que inclui Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, descontinuará cinco motores antigos, substituindo-os por novas versões dos Firefly e Turbo. Este movimento visa aumentar a eficiência e reduzir emissões. Modelos como Fiat Mobi e Fiorino adotarão os motores Firefly atualizados.
Afinal, carros vão ficar mais caros?
Com a introdução do Proconve L8, a eletrificação avança no Brasil. Marcas como Fiat, Toyota e Honda estão lançando modelos híbridos e híbridos flex, alinhando-se às exigências ambientais. Esse cenário, contudo, levanta questões sobre a acessibilidade desses veículos para a população.
O custo das novas tecnologias nos motores é uma preocupação, pois, sem incentivo econômico, muitos brasileiros podem continuar com carros antigos e poluentes.
O Congresso debate a aplicação de um imposto seletivo, o que pode aumentar o preço dos modelos modernos. Dito isso, o desafio reside em equilibrar avanços tecnológicos com a viabilidade econômica para o consumidor.