O que explica os investimentos bilionários de montadoras no Brasil?

Volkswagen foi a última das quatro marcas a anunciarem bilhões em investimentos no mercado automotivo nacional.

A Volkswagen anunciou na última quinta-feira (1º) investimentos na ordem de R$ 9 bilhões no mercado brasileiro entre 2026 e 2028. Somando à rodada atual de aportes que começou em 2022, a empresa planeja aplicar cerca de R$ 16 bilhões no Brasil nos próximos anos.

Mas a marca não é a única fabricante de veículos a apostar no país após um período sombrio de fechamento de fábricas. Há poucos meses, três outras montadoras confirmaram investimentos por aqui e o montante somado chega a quase R$ 21 bilhões. O que explica esse interesse repentino?

Montadoras apostam no Brasil

A VW planeja utilizar o dinheiro para produzir quatro novos carros a partir deste ano, entre eles uma picape para rivalizar com Fiat Toro e Chevrolet Montana, além de um novo motor e uma nova plataforma. A ideia é desenvolver 16 novos modelos até 2028, alguns deles híbridos.

Uma semana antes, a Chevrolet prometeu aportar R$ 7 bilhões até 2028 no mercado nacional, uma parte do dinheiro para atualizar suas plantas e outra para lançar seis novos carros e renovar sua linha nacional. A criação de modelos eletrificados faz parte dos planos, mas ainda não se sabe se serão híbridos ou elétricos.

Nissan e Renault também estão na lista de montadoras focadas no Brasil. A primeira anunciou um aporte extra de R$ 1,5 bilhão em suas operações, totalizando R$ 2,8 bilhões até 2025. Já a segunda prometeu R$ 2 bilhões.

Cenário define o tamanho do investimento

As decisões das grandes fabricantes nacionais combinam necessidade e oportunidade. Segundo o CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, “investimentos sempre acontecem, mas o cenário define o tamanho”.

Em outras palavras, toda marca que fabrica veículos no país precisa colocar mais grana para marcar presença no mercado, mas o momento atual de incentivo à eletrificação da frota deu um gás extra para mais investimentos.

No caso da VW, o aporte é resultado de uma série de motivos, como os bons resultados obtidos em 2023. Também impactam na decisão a melhora dos índices econômicos do país, as perspectivas trazidas pela reforma tributária, o programa de incentivo à Mobilidade Sustentável (Mover) e a volta da taxação sobre carros elétricos importados.

“A visão de longo prazo da GM é continuar investindo e crescendo, trabalhando em conjunto com o poder público para reindustrializar o Brasil e crescer no mercado. Estamos vislumbrando um cenário de segurança jurídica, com o anúncio do Mover, o comportamento da taxa de juros, bolsa…”, declarou Fábio Rua, vice-presidente de Relações Governamentais e Comunicação do grupo.

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