Os pneus mais caros do mundo: alguns custam mais do que um Porsche
Pneus de uso extremo podem ultrapassar R$ 900 mil, superando o valor de veículos como Porsche 911 GTS.
Muito além da borracha, os pneus mais caros do mundo chamam a atenção não apenas pelo preço exorbitante, mas também pelas aplicações extremas e pela engenharia sofisticada envolvida em sua fabricação.
Alguns modelos, usados em caminhões de mineração, jatos de combate ou veículos industriais de carga extrema, podem custar mais de R$ 900 mil, superando o valor de modelos de alto padrão, como o Porsche 911 GTS.
Esses pneus não são encontrados em concessionárias comuns e tampouco são produzidos em linha de montagem convencional.
Muitos exigem mais de 80 horas de trabalho artesanal e o envolvimento de até 40 operários para ficarem prontos. Criados para resistir a condições extremas de peso, impacto e velocidade, eles representam um componente vital para setores onde falhas não são toleradas.
Pneus de mineração e aviação podem ultrapassar R$ 900 mil por unidade
Um dos exemplos mais impressionantes é o Michelin XDR 59/80R63, projetado para o caminhão gigante Caterpillar 797F, que atua no setor de mineração.
Com cerca de 4 metros de altura, cada unidade custa aproximadamente US$ 59 mil (R$ 323 mil), e o veículo precisa de seis pneus para operar.
Esse caminhão é capaz de transportar até 400 toneladas de rocha em terrenos acidentados, o que exige pneus de altíssima durabilidade e resistência.
Segundo a Michelin, esse modelo consegue suportar 10% a mais de carga que os concorrentes, uma vantagem crucial no transporte de materiais pesados.
No setor militar, o custo é ainda mais elevado. O caça F/A-18 Super Hornet, da Marinha dos Estados Unidos, utiliza pneus que custam até US$ 100 mil (R$ 553 mil) cada.
Isso se justifica pelo tipo de exigência técnica envolvida: os pneus precisam suportar pousos a mais de 270 km/h, especialmente em pistas curtas e porta-aviões.
Engenharia artesanal e materiais nobres encarecem ainda mais alguns modelos
Entre os pneus mais caros do planeta está o Firestone 70/70-57 Super Rock Grip, voltado para carregadeiras frontais de grande porte.
Com quase 8 toneladas e dimensões de 4 metros de altura por 1,8 metro de largura, ele custa entre US$ 120 mil e US$ 167 mil (até R$ 915 mil), dependendo da região.
Firestone 70/70-57 Super Rock Grip (Foto: Divulgação)
A produção é complexa: exige 88 horas de montagem artesanal com uma equipe composta por dezenas de técnicos, evidenciando o nível de engenharia envolvido.
Por outro lado, há também o mercado de luxo e design automotivo, onde o valor se concentra mais na estética do que na funcionalidade.
Um exemplo é o Z1 da Z Tire, que tem detalhes em ouro branco com diamantes, folhas de ouro de 24 quilates e foi criado exclusivamente para exibição. Seu valor? Nada menos que US$ 150 mil (R$ 821 mil) por pneu.
Pneu Z1 da Z Tire (Foto: Divulgação)
Pneus comuns continuam acessíveis, mas desempenho extremo exige investimento pesado
Enquanto esses modelos ultraexclusivos ganham destaque pelo preço, a realidade da maioria dos motoristas é outra. Os pneus convencionais, utilizados em carros de passeio, SUVs e utilitários leves, continuam com preços acessíveis, adaptando-se bem a diferentes condições climáticas e tipos de pavimentação.
No entanto, para veículos industriais, aeronaves militares ou máquinas pesadas de mineração, o investimento em pneus de altíssimo desempenho não é um luxo: é uma exigência técnica e operacional.
A durabilidade, a capacidade de carga e a resistência a impactos extremos justificam cada centavo dos preços milionários.