Pedágio free flow: solução para evitar excesso de multas é ABANDONADA
Pedágio sem cancelas continua gerando dúvidas entre motoristas, especialmente sobre multas indevidas.
Os pedágios free flow, implantados em algumas rodovias brasileiras, têm sido motivo de preocupação para muitos motoristas. A falta de clareza nas informações e a sinalização deficiente são alguns dos pontos críticos existentes no sistema sem cancela.
Muitos condutores relatam cobranças inesperadas, resultando em uma cascata de multas inesperadas. Nesse cenário, a possibilidade de utilizar um chip de identificação nas placas veiculares surge como uma solução potencial.
Chip de pedágio na placa
Esse sistema de Identificação por Radiofrequência (RFID) permitiria um controle mais preciso, minimizando as multas errôneas e melhorando a segurança nas rodovias. A tecnologia promete mais eficiência no monitoramento e na cobrança, segundo especialistas.
No entanto, questões de segurança foram levantadas, impedindo a implementação do chip. O principal argumento dos técnicos do então Denatran era a impossibilidade de garantir que um motorista não retirasse a placa de um veículo e a colocasse em outro com características similares.
Para assegurar o processo, seria necessária uma atuação física e presencial. Assim, a proposta foi abandonada na composição final das placas Mercosul, adotadas no país desde 2020.
O dilema do pagamento do pedágio
A complexidade do pagamento do pedágio free flow também se destaca. A ausência de comunicação direta com os proprietários dos veículos dificulta a cobrança, e os motoristas em trânsito ou sem acesso à internet enfrentam desafios para realizar o pagamento.
Hoje, os pagamentos são realizados por meio de aplicativos específicos, que dependem de um cadastro online com dados do automóvel. Para dificultar ainda mais, existe a necessidade de internet ou cartão de crédito.
Os veículos equipados com tags, como Sem Parar e Veloe, realizam o pagamento automaticamente. No entanto, aqueles sem esses dispositivos enfrentam a burocracia de acessar diferentes sites das concessionárias.
Impacto das multas e novas diretrizes
Estados como São Paulo e Rio de Janeiro utilizam câmeras e software de reconhecimento OCR para identificar veículos automaticamente e realizar a cobrança. Apesar do avanço tecnológico, especialistas insistem na necessidade de melhorar a comunicação nas vias que utilizam essa tecnologia.
Com a nova Resolução 1.013/2024 do Contran, diretrizes foram estabelecidas para facilitar a experiência do usuário. A Carteira Digital de Trânsito (CDT) é uma das ferramentas propostas para visualizar passagens e pagamentos, além da possibilidade de indicar pontos físicos para a transação.
Ainda assim, as multas por evasão de pedágio eletrônico no Brasil em 2024 ultrapassaram 660 mil, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).