Placa Mercosul: volta da cidade de origem do veículo resolve todos os problemas?

Retorno das informações sobre cidade e estado de origem do carro é considerado insuficiente para evitar fraudes e clonagens.

A placa Mercosul foi implementada no Brasil em 2020 e, desde então, esteve envolvida em muitas polêmicas, principalmente devido às simplificações no modelo. Hoje, a chapa possui falhas de segurança consideradas graves, que facilitam crimes como falsificação e clonagem.

Na tentativa de recuperar parte da segurança perdida nos últimos anos, um projeto de lei em tramitação no Congresso prevê o retorno dos dados de origem do veículo, ou seja, a cidade e o estado em que ele foi registrado.”As polícias rodoviárias, agentes de trânsito e outros órgãos de fiscalização dependem dessa informação para realizar seu trabalho de forma eficiente e precisa”, justifica o autor do texto, senador Esperidião Amin (PP-SC).

Porém, a proposta é vista como apenas um passo no processo de devolver a proteção prometida com a implementação da placa Mercosul, uma vez que ela foi bastante “depenada” ao longo dos últimos anos. Em relação ao projeto original, abandonou-se o chip de identificação e o efeito difrativo sobre os caracteres, por exemplo.

Volta dos dados de origem é insuficiente

Após passar por tantas simplificações, a placa Mercosul tornou-se um alvo fácil para fraudes e clonagens grosseiras, sendo possível até comprar chapas falsas pela internet. Também é preciso mencionar as várias denúncias de desvio de placas oficiais e outros insumos durante o processo de produção, materiais que vão diretamente para a indústria criminosa.

Na tentativa de restituir a segurança ao objeto, associações de fabricantes de placas veiculares debatem a necessidade de outras mudanças além da volta da cidade e do estado de registro.

Precisamos chamar a atenção para a necessidade de buscar um melhor controle de todo o processo da cadeia produtiva. A placa veicular é um documento, e não um acessório encontrado na internet sem controle algum, como podemos ver hoje. Placas ilegais são feitas dentro de gráficas pelo Brasil, dificultando as fiscalizações estaduais e federais”, afirmou Ivanio Inácio da Silva, presidente da Associação Nacional de Estampadores de Placas Veiculares.

Em resposta, a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) disse que a responsabilidade de disponibilizar sistemas informatizados para garantir a prevenção contra as fraudes e operações não autorizadas é do fabricante. O mesmo vale para as informações referentes ao histórico dos processos.

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