Pneu infinito é trambique com aprovação do Inmetro? Especialista diz que sim
Jornalista e engenheiro com 50 anos de experiência critica a técnica de fazer novos sulcos nos pneus usados.
O pneu infinito é a nova “invenção” que circulou na internet e agradou motoristas, mas nem todo mundo foi convencido ou é a favor dessa suposta novidade. A técnica consiste em fazer novos sulcos nos pneus usados, remendando o componente velho para que fique “como novo”.
Jornalista e engenheiro com 50 anos de experiência na imprensa automotiva, Boris Feldman critica a prática e a chama de “picaretagem”. Ela recebe esse nome porque sempre que vai ficando careca, passa por um processo de raspagem da borracha para utilização da carcaça antiga.
“E qual o problema? Que no Brasil o Inmetro, que vive derrapando por aí, resolveu homologar o remoldado sem constar na banda lateral para que tipo de automóvel aquela carcaça foi fabricada”, diz o especialista.
“Então você pode comprar dois pneus ‘infinitos’, aparentemente iguaizinhos, mas que têm um comportamento completamente diferente. Olha o perigo em uma curva ou ao frear o carro”, completa.
Risco à segurança
Rafael Astolfi, gerente sênior de serviços técnicos ao cliente da Continental Pneus Américas, alerta que a prática pode trazer riscos. “Essa proposta parte de um pressuposto, totalmente errôneo, de que é possível fazer economia através do comprometimento da segurança”, explica.
Segundo ele, a questão mais perigosa é a aplicação de uma banda pesada em uma carcaça pequena, o que aumenta a chance de que elas se desprendam.
“A partir daqui, fica mais fácil identificar que a proposta do pneu ‘infinito’ não é uma solução, mas sim um problema”, completa.