Pneus feitos com casca de ovo: Stellantis cria tendência que pode mudar o futuro
Stellantis avança em sustentabilidade ao empregar cascas de ovos na fabricação de pneus, diminuindo impacto ambiental e aprimorando performance.
A Stellantis, renomada gigante automotiva, está trilhando novos caminhos na busca por soluções sustentáveis. Recentemente, a empresa apresentou uma patente inovadora que incorpora cascas de ovos na produção de pneus. Essa abordagem audaciosa visa não apenas a sustentabilidade, mas também a eficiência de seus produtos.
Em meados de 2023, a companhia submeteu sua proposta ao Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO). Contudo, foi apenas no final de janeiro deste ano que o pedido se tornou público. Essa estratégia busca substituir parcialmente materiais tradicionais por componentes naturais, prometendo benefícios significativos para o meio ambiente.
As cascas de ovos, tão comuns no dia a dia, têm um potencial ainda não explorado. Elas oferecem uma fonte renovável e acessível para a indústria automotiva. Utilizar esse recurso não apenas diminui resíduos, mas também reduz a dependência de matérias-primas derivadas de combustíveis fósseis, tradicionalmente utilizadas na fabricação de pneus.
Do que é feito o pneu de ‘casca de ovos’ da Stellantis?
Foto: Getty Images
A proposta da Stellantis envolve a extração de óxido de cálcio (CaO) das cascas. Esse elemento substituiria parcialmente o negro de fumo e a sílica, oferecendo melhorias técnicas.
Além de reduzir o impacto ambiental, o CaO poderia aumentar a resistência ao rolamento e melhorar a aderência dos pneus em pisos molhados.
- Impacto na eficiência energética
De acordo com a Stellantis, a introdução desse novo material pode resultar em uma redução significativa na resistência ao rolamento dos pneus.
Estima-se uma diminuição de até 20%, potencializando uma melhoria de cerca de 3% na eficiência do combustível, em comparação aos pneus convencionais.
Preocupações e desafios
Apesar dos benefícios, o negro de fumo, principal componente substituído, desempenha papéis críticos, como estabilização química e resistência ao desgaste.
No entanto, sua produção é poluente, gerando preocupações ambientais. Em contrapartida, a degradação dos pneus é uma grande fonte de microplásticos, afetando oceanos e cursos d’água.
A produção de CaO envolve um processo que transforma as cascas em pó fino, submetendo-as a temperaturas superiores a 900°C. Entretanto, detalhes sobre a viabilidade econômica e os custos permanecem desconhecidos.
Perspectivas futuras
Essa tecnologia inovadora, se comprovada viável, poderá transformar o setor automotivo, oferecendo uma alternativa mais ecológica para a produção de pneus.
O mundo aguarda para ver se essa ideia revolucionária se tornará uma realidade nas estradas.