Por que a ré do câmbio automático fica sempre entre as posições ‘N’ e ‘P’?

Os motoristas que utilizam carros com câmbio automático há mais tempo já devem ter reparado que a marcha à ré fica entre as posições P (parking) e N (neutro). Por isso, sempre que o condutor precisa ligar ou desligar o veículo, seja para estacionar ou dar a partida, é necessário passar por ela.

Essa disposição das funções na caixa de transmissão dos veículos tem um objetivo claro, apesar de ser difícil perceber à primeira vista. A ideia de colocar a ré entre as marchas de estacionamento (P) e o neutro (N) visa dificultar seu engate indesejado para prevenir acidentes.

Dessa forma, fica mais difícil para o motorista engatar a marcha ré durante a condução do veículo ou enquanto se movimenta para estacionar.

Isso faz com que seja possível acionar a marcha à ré em movimento apenas se o condutor retirar o carro da posição Drive (D), colocá-lo no neutro e, em seguida, passar para a ré. Ainda assim, é bem difícil, já que muitos carros modernos possuem formas de impedir que isso ocorra.

Portanto, existe um sentido lógico para as marchas do câmbio automático seguirem a sequência P-R-N-D-L.

Padrão de marchas em câmbios automáticos

Imagem: Shuttterstok

O padrão P-R-N-D-L foi instituído pela norma 571.102 da Federal Motor Carrier Safety Administration dos Estados Unidos, agência do Departamento de Transportes norte-americano que cuida da regulamentação do transporte rodoviário no país. Apesar de o formato escolhido ter validade apenas nos EUA, acabou sendo adotado ao nível mundial.

Outra ordem até chegou a ser testada em alguns veículos (P-N-D-L-R), mas resultou em muitos acidentes por permitir o engate não intencional da ré com mais facilidade. Muitos condutores tentavam apenas reduzir a marcha usando a alavanca Low (L), mas acabavam engatando a ré.

Para garantir a segurança no trânsito, a sequência P-R-N tornou-se obrigatória, sendo possível para as montadoras escolher apenas o restante da ordem.