Por que motoristas de caminhão não desligam os motores ao parar o veículo?
Resposta vai te deixar intrigado!
Quem circula pelas estradas ou visita terminais de carga já deve ter notado que é comum ver caminhões e ônibus parados com o motor ligado.
Esse hábito, aparentemente inofensivo, tem raízes históricas e ainda persiste por diversos motivos, apesar de gerar desperdício de combustível, aumento de custos de manutenção e impacto ambiental significativo. Mas por que os motoristas mantêm essa prática? Vamos entender as razões e as consequências.
A origem do hábito
Historicamente, muitos motoristas acreditavam que desligar e ligar o motor frequentemente consumia mais combustível do que deixá-lo funcionando em marcha lenta. Esse mito se consolidou ao longo dos anos e foi passado de geração para geração, especialmente em épocas onde a tecnologia dos motores era menos eficiente.
Além disso, em regiões frias, os caminhões eram mantidos ligados para evitar problemas na hora de reiniciar o motor, algo comum em veículos antigos. Essa prática lembra os carros movidos a álcool das décadas de 1970 e 1980, que precisavam ficar aquecidos para funcionar corretamente.
Outro motivo pelo qual os caminhoneiros mantêm o motor ligado está relacionado ao conforto. Em climas muito quentes ou frios, deixar o motor funcionando permite o uso contínuo do ar-condicionado ou do aquecimento na cabine, criando um ambiente mais agradável para o motorista durante as pausas. Embora seja verdade que o conforto é importante, o custo dessa conveniência pode ser alto, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.
Foto: Shutterstock
Deixar um caminhão pesado parado com o motor em marcha lenta consome, em média, 4 litros de diesel por hora. Considerando que o litro do diesel custa cerca de R$ 5,25, esse hábito representa um desperdício de aproximadamente R$ 21 por hora.
Se um caminhão fica parado com o motor ligado por 2 horas todos os dias, o custo mensal pode ultrapassar R$ 600, chegando a mais de R$ 7.000 em um ano. Esse valor é significativo, especialmente para motoristas autônomos ou empresas que gerenciam grandes frotas.
Ademais, o funcionamento contínuo do motor em marcha lenta aumenta o desgaste de componentes mecânicos, elevando os custos de manutenção. Problemas como acúmulo de sujeira no sistema de injeção e desgaste prematuro das peças são comuns em veículos que permanecem muito tempo em marcha lenta.
O funcionamento prolongado do motor também contribui para a emissão de gases poluentes, como dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NOx). Esses poluentes têm um impacto direto na qualidade do ar e na saúde pública, agravando problemas respiratórios e aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
Embora algumas situações possam justificar o motor ligado, como pausas curtas ou a necessidade de manter a temperatura na cabine, o hábito de deixar o veículo funcionando por longos períodos deve ser repensado. Hoje, com a evolução da tecnologia dos motores e a maior conscientização sobre economia e sustentabilidade, desligar o motor em paradas mais longas é a atitude mais sensata.