Por que quase todos os entregadores usam moto da Honda?

Marca é responsável por 77,24% da frota de motos usadas em aplicativos de entrega no Brasil, revela estudo.

A presença massiva de motocicletas da Honda nas ruas brasileiras, especialmente entre entregadores por aplicativo, deixou de ser apenas uma percepção popular e agora tem comprovação estatística.

Um levantamento inédito do Data Gaudium revelou uma realidade impressionante: a Honda domina 77,24% da frota de motos utilizadas em aplicativos de entrega no Brasil.

Na prática, a tradicional linha Honda CG se consolidou como a verdadeira ferramenta de trabalho do motoboy brasileiro, algo que não encontra paralelo nem mesmo no mercado automotivo.

Honda reina absoluta no mercado de entregas

O estudo revela um cenário de hegemonia inédita. Somando as versões CG 125, CG 150 e CG 160, a Honda responde sozinha por quase 48% de todas as motocicletas que circulam nos apps de delivery.

Trata-se de um domínio que vai muito além da liderança de mercado: é praticamente um monopólio funcional, sustentado por fatores econômicos, logísticos e culturais.

Diferentemente do consumidor comum, o entregador não escolhe uma moto por status, design ou inovação. A decisão é racional, direta e muitas vezes dura.

O veículo precisa trabalhar todos os dias, rodar dezenas, às vezes centenas, de quilômetros e gerar renda sem virar prejuízo.

Honda CG 160 (Foto: Divulgação/Honda)

Por que as motos da Honda são as favoritas dos entregadores?

A resposta está na sobrevivência financeira. Segundo o levantamento, o perfil do entregador é altamente pragmático. Ele busca confiabilidade mecânica, baixo custo de manutenção, abundância de peças e facilidade de reparo. Nesse contexto, a Honda CG se tornou quase imbatível.

A rede de oficinas espalhada por todo o país, a familiaridade dos mecânicos com a marca e o preço acessível das peças criam um ecossistema favorável.

Uma moto parada significa perda de renda, e a Honda oferece justamente o oposto: previsibilidade, rapidez no conserto e menor risco de falhas graves.

Honda CG 125 (Foto: Divulgação/Honda)

Ranking das marcas de motos usadas por entregadores

O levantamento também mostra o tamanho do abismo entre a líder e as concorrentes. Enquanto a Honda “nada de braçada”, as demais marcas disputam fatias muito menores do mercado. Confira a divisão da frota de motos nos aplicativos:

  • Honda: 77,24% — liderança absoluta e incontestável;
  • Yamaha: 14,76%, com destaque para a Factor, que representa cerca de 5% do total;
  • Shineray: 6,28%, crescendo principalmente no segmento de entrada;
  • Motos elétricas: 0,02%, praticamente irrelevantes no cenário atual.

Esses números ajudam a entender por que a supremacia da Honda no setor de entregas é algo que o mercado de carros jamais conseguiu reproduzir em escala semelhante.

Por que as motos elétricas fracassaram no delivery?

Um dos dados mais curiosos do estudo é a quase inexistência das motos elétricas no universo dos entregadores. Com apenas 0,02% da frota, elas se tornam um verdadeiro traço estatístico.

O motivo é simples e direto: autonomia limitada e tempo de recarga elevado não combinam com a lógica da entrega urbana.

O motoboy não pode se dar ao luxo de ficar três ou quatro horas parado esperando a bateria carregar. No delivery, tempo é dinheiro, literalmente.

Frota mais nova revela mudança de estratégia

Outro ponto relevante do levantamento é o rejuvenescimento da frota. Modelos 2023 e 2024 já aparecem como os mais comuns nas ruas, indicando que muitos entregadores estão investindo pesado na renovação de seus veículos.

A lógica é clara: uma moto mais nova significa menos paradas inesperadas, menos gastos com manutenção corretiva e mais segurança no dia a dia.

Em um setor altamente competitivo e com margens apertadas, a escolha da moto certa não é um detalhe, é uma estratégia. E, pelos números, a Honda continua sendo a escolha mais segura, racional e financeiramente viável para quem depende da motocicleta para trabalhar todos os dias.

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