Porsche surpreende e aposta novamente nos motores a combustão – saiba por quê

Marca investe fortemente em motores a combustão e híbridos plug-in, mas enfrenta desafios financeiros significativos.

A Porsche anunciou que seus lucros sofrerão impacto devido a um investimento de 800 milhões de euros em motores a combustão e modelos híbridos plug-in. Este movimento surge em resposta à crescente preferência dos consumidores por esses tipos de veículos, em detrimento dos modelos elétricos.

Após essa decisão, as ações da empresa caíram 6% no dia 7 de abril, indicando a preocupação dos investidores com as margens de lucro esperadas, que devem ficar entre 10% e 12%. Esse cenário está bem abaixo da meta de longo prazo do grupo, que é de 20%.

Além disso, a Porsche enfrenta uma desvalorização significativa de sua participação no grupo automotivo Porsche SE, anteriormente estimada entre 2,5 bilhões e 3,5 bilhões de euros, duplicando a previsão inicial.

Desafios e ajustes estratégicos

A decisão da Porsche de investir 800 milhões de euros (R$ 4,8 bilhões) em motores a combustão e híbridos plug-in é vista de forma positiva por alguns analistas, apesar de ter aumentado os custos.

A montadora está ajustando sua capacidade de produção devido à demanda reduzida, especialmente na China, onde o modelo elétrico Taycan não teve o sucesso esperado. A turbulência do mercado chinês, onde as vendas caíram 28% no último ano, intensificou essa situação complicada.

A família Porsche-Piëch, que controla a Porsche SE, está preocupada com a situação financeira. A holding enfrenta o pagamento de dívidas acumuladas em 2022, que chegaram ao valor de 5,2 bilhões de euros, tornando o refinanciamento um desafio ainda maior até 2028.

Discussões internas e planos

Internamente, há discussões para reestruturar o conselho de administração da Porsche. Essa reestruturação é impulsionada por preocupações com as estratégias para veículos elétricos e as vendas em queda.

O CFO Lutz Meschke e o chefe de vendas e marketing do grupo, Detlev von Platen, estão em negociações sobre seus contratos e podem deixar os cargos em breve.

Essas conversas ocorrem em meio a uma disputa interna de poder entre Meschke e o CEO Oliver Blume. A Porsche não comentou sobre essa reestruturação inesperada, que reflete as tensões entre os líderes da empresa.

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