Preços de carros elétricos, os ‘queridinhos’ do momento, se equiparam aos movidos a gasolina nos EUA

Concorrência entre modelos eletrificados e a combustão fica mais acirrada, mas montadoras desaceleram a produção.

A evolução dos carros elétricos surpreende até os entusiastas dos veículos movidos à energia limpa. O BMW iX, por exemplo, possui uma bateria capaz de trazer uma autonomia de pouco mais de 500 km, além de diversos itens que somam conforto à aplicação da tecnologia. Hoje, nos Estados Unidos, um carro deste modelo sai a US$ 80.195, com um desconto de 17% sobre o preço oficial.

Na mesma linha, um Ariya, veículo elétrico da Nissan, sai a US$ 36.690 em Kansas City, tendo um desconto de 18%. Outra opção ainda mais acessível é o Hyundai Kona Electric, por US$ 29.990, com um desconto de 31%. Na prática, essa queda considerável no preço dos eletrificados acirra a disputa por mercado, uma vez que eles saem quase tão baratos quanto as versões a gasolina. Ou seja, nunca houve um momento mais propício para a compra de um carro elétrico do que agora.

Cenário

O mercado norte-americano de eletrificados tem, hoje, mais do que o dobro de opções quando comparado há dois anos. Diante desse cenário de demanda, também há um excesso de oferta, gerando, portanto, estoques cinco vezes maiores nos últimos doze meses. Os dados são da plataforma de venda de carros online CarGurus.

Na prática, esse aumento da oferta é ótimo para os consumidores. Isso porque a conjuntura de fatores torna os modelos mais acessíveis, permitindo que mais pessoas migrem para os modelos eletrificados ao trocar de carro.

Contudo, os interessados em adquirir modelos elétricos devem se apressar. Ao que tudo indica, esse estoque excedente não deve se perdurar por muito tempo. Diante do aumento das taxas de juros, assim como da inflação, o preço se coloca como um obstáculo para a aquisição de eletrificados nos Estados Unidos.

Prova disso é que, em junho, dois terços dos compradores de carros do país queriam adquirir um modelo elétrico, mas não conseguiam encontrar um em uma faixa de preço condizente com o que esperavam investir em um veículo novo. Para se ter ideia, em outubro, o preço médio de um eletrificado era 20% maior quando comparado a um modelo movido a combustível fóssil.

Agora, com a queda pontual de preço dos veículos elétricos, é a hora certa para os consumidores e, ao mesmo tempo, um momento de ressaca para as montadoras que reclamam da desaceleração da demanda por eletrificados.

A Ford, por exemplo, adiou ou suspendeu US$ 12 bilhões em gastos com veículos elétricos, além de reduzir a produção do Mustang Mach-E, o seu modelo elétrico mais popular. Por sua vez, a GM atrasou alguns modelos e não cumprirá a meta de 400 mil elétricos até metade de 2024.

Eletrificados

As vendas de veículos elétricos tiveram um salto de 2,5 vezes em 12 meses. Para se ter ideia, no terceiro trimestre, a participação dos eletrificados na venda de carros foi maior do que 10% em 11 estados americanos. Ainda assim, eles ficam no estacionamento das concessionárias pelo dobro do tempo do que os modelos a combustão.

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