Problema em carro zero apenas 4 dias após a compra gera ação contra BYD
Motorista de aplicativo processa a BYD após defeito surgir quatro dias após comprar um Dolphin Mini de R$ 120 mil.
O motorista de aplicativo Ernesto Galvão, de 40 anos, entrou na Justiça contra a BYD e a concessionária Parvi após seu BYD Dolphin Mini de R$ 120 mil apresentar problemas apenas quatro dias depois da compra. Assim, seu sonho de comprar um carro elétrico tornou-se um pesadelo.
Em julho, ele teve o financiamento aprovado e investiu cerca de R$ 25 mil em painéis solares, planejando reduzir os gastos com energia e manutenção. Na primeira recarga, quatro dias após a aquisição, um ruído no motor acendeu o alerta.
Ao informar o problema, o vendedor reconheceu a anomalia, e o carro foi encaminhado para avaliação na Parvi, em Salvador. Entretanto, após quatro dias de oficina, a causa exata permaneceu indefinida.
Da oficina ao processo
Os técnicos apontaram falha na transmissão, que se acopla ao motor, e a BYD decidiu substituir ambos os conjuntos. No entanto, a troca do motor exige comunicação ao departamento de trânsito (Detran), o que pode registrar a alteração no documento. Assim, Ernesto Galvão rejeitou a solução e ingressou com a ação.
A ação foi protocolada no início deste mês na 9ª Vara de Relações de Consumo da Comarca de Salvador. Dois meses após a compra, o veículo segue sem o reparo concluído.
Enquanto isso, o cliente relata defeitos adicionais nas travas das portas e no capô, o que amplia sua frustração.
Notas oficiais de BYD e Parvi
O gerente de pós-venda da Parvi informou, por nota, que não comenta casos em andamento e situações específicas por razões legais e de privacidade. Porém, reforçou que o grupo segue protocolos técnicos da BYD, com foco em transparência, segurança e satisfação.
A BYD pediu um dia para avaliar o caso e recebeu o prazo. Na quarta-feira (17), a montadora alinhou seu posicionamento ao da concessionária. No mesmo dia, ela contatou o cliente, mas não apresentou previsão para a peça, alegando que o pedido ainda não saiu da Parvi.
Direito do consumidor
Defeitos de fabricação não geram substituição automática, e cabe às empresas reparar o problema. Se o reparo não ocorrer em até 30 dias, o consumidor poderá exigir devolução do valor pago ou a troca por um equivalente.
Segundo especialistas, alguns tribunais determinam a substituição imediata quando há perda de confiança ou fundado receio de novos defeitos. Entretanto, não há garantia desse desfecho.
Assim, o consumidor aguarda a manifestação judicial após dois meses sem solução para o motor e a transmissão.