Qual o melhor combustível para o carro flex: gasolina ou etanol?
Saiba como fazer o teste para determinar se seu veículo é mais econômico rodando com gasolina ou etanol no tanque.
A escolha entre etanol ou gasolina para abastecer um carro flex deve levar em conta o rendimento e o consumo específico de cada combustível, de acordo com o motor do veículo. O objetivo principal do motorista deve ser economizar sem comprometer o desempenho do carro.
Segundo Alexandre Neves, professor de Engenharia Mecânica da Universidade Anhembi Morumbi, o teste mais eficiente para identificar o combustível ideal é abastecer o carro completamente com gasolina e observar o consumo.
No próximo abastecimento, o motorista deve utilizar apenas etanol e comparar os resultados.
Se a diferença no consumo entre os dois combustíveis for de cerca de 30%, o mais econômico será a melhor escolha.
Potência do motor e outros fatores
A escolha do combustível também está ligada à potência do motor. Motores 2.0 são mais potentes e, apesar de oferecerem desempenho superior, consomem mais combustível. Já propulsores 1.0, menos potentes, são mais econômicos.
Além disso, o tipo de utilização do carro influencia na escolha. Para uso urbano, o etanol pode ser vantajoso devido à sua performance rápida. Em viagens longas, a gasolina é preferida por garantir maior autonomia.
Cabe destacar ainda que misturar os dois combustíveis no tanque não traz prejuízos ao motor. No entanto, é importante garantir que, ao esvaziar o tanque, o próximo abastecimento tenha uma proporção maior de um dos combustíveis para que o sensor do tanque identifique a substância predominante e ajuste o motor de acordo.
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Só 30% dos caros flex usam etanol
Embora a maioria dos veículos vendidos no Brasil seja flex, apenas 30% da frota utiliza o combustível derivado da cana-de-açúcar, de acordo com um estudo da consultoria Datagro referente ao mês de janeiro.
O número representa um avanço em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando 19,4% da frota usava etanol. No entanto, ainda está distante dos 41,5% registrados em outubro de 2018.
Plínio Nastari, presidente da Datagro, destacou a necessidade de ampliar o uso do etanol hidratado entre os veículos flex. Ele apontou que o consumo ideal durante a entressafra deveria estar em 35%, e mencionou que uma meta de 50% seria “absolutamente viável”.
A análise da consultoria foi feita com base em estimativas do tamanho da frota flex, o sucateamento de veículos e a participação do etanol hidratado no consumo total de combustíveis.
“É muito pouco, já que dois terços preferem a gasolina ao etanol. Isso faz com que os preços não avancem, impactando os produtores de cana e o Consecana”, declarou José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana (Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil).