Qualidade do ar: usar o ar-condicionado do carro reduz os efeitos da poluição extrema?
Site de monitoramento IQAir elege São Paulo como a metrópole com a pior qualidade de ar do mundo.
A cidade de São Paulo foi considerada a cidade com a pior qualidade de ar do mundo pelo terceiro dia consecutivo na última quarta-feira (11), segundo o site de monitoramento IQAir. O indicador, que quanto mais alto pior, chegou a 179 na capital paulista.
O ranking classifica a qualidade do ar em boa, moderada, perigosa para pessoas com doenças respiratórias, insalubre, muito insalubre e perigo extremo. A nota obtida por SP coloca a cidade na posição de “insalubre”.
Esse péssimo resultado é provocado pelos diversos incêndios ao redor do país, inclusive no interior do estado. Para evitar os danos do ar poluído à saúde, os brasileiros tentam adotar medidas de prevenção, como ligar o ar-condicionado do carro.
Será que o aparelho ajuda a filtrar as impurezas ou respirar o mesmo ar dentro da cabine por um período prolongado é ainda pior para o organismo?
Como funciona o ar-condicionado?
O climatizador presente nos carros utiliza a energia gerada pelo motor para funcionar, por meio de uma polia, que transfere energia ao compressor. O condensador dissipa o calor e transforma o gás comprimido, que está em temperatura elevada, em um líquido refrigerante de alta pressão.
Esse fluido atravessa uma válvula onde sua pressão e temperatura são reduzidas. Por fim, o evaporador esfria o ar puxado pelo ventilador do exterior ou da cabine para gerar o vento frio que refresca o carro. O fluido, já aquecido, é puxado pelo compressor e recomeça o ciclo do ar-condicionado.
O sistema também tem um filtro, cuja função é reter poeira, fuligem e outros tipos de impureza do ar.
Foto: Shutterstock
Ar-condicionado ajuda a filtrar o ar?
Segundo especialistas, o equipamento pode ser um aliado para filtrar e melhorar a qualidade do ar que o indivíduo respira. Contudo, para garantir que está respirando um ar com mais qualidade, o proprietário deve realizar a manutenção correta do filtro.
“As fabricantes exigem troca de seis meses a um ano, portanto, é fundamental saber o tempo de troca da peça e seguir corretamente os prazos. No cenário atual como este de São Paulo, a degradação pode ocorrer mais rápida. Caso o filtro ainda esteja dentro do prazo de validade, certamente a qualidade do ar dentro do carro será melhor do que a qualidade externa porque muitas impurezas serão retidas”, orienta Cleber Willian Gomes, professor de Engenharia mecânica da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
Porém, o ar da cabine pode ficar pior do que o externo quando a peça está fora da garantia. Esse prazo pode ser consultado no manual do proprietário e o item custa certa de R$ 60.
“Com a falta de chuvas, a poeira nas estradas também aumenta e acumula mais impurezas no filtro. A peça vai segurando as partículas com uma espécie de peneiras e quanto mais usamos, mais resíduos são acumulados. E com o tempo essas impurezas vencem essa proteção e entram na cabine que você vai respirar. Ai que está a hora de trocar”, completa.