Quando os 'carros voadores' estarão disponíveis? Pode demorar mais que o previsto

Após a expectativa inicial de entrega em 2021, as empresas que desenvolvem os chamados veículos elétricos de pouso e decolagem vertical (eVTOLs) adiaram seus prazos para o lançamento comercial.

Os ‘carros voadores‘ estavam previstos para 2024, agora espera-se que a chegada dessas aeronaves ao mercado ocorra entre 2025 e 2026.

Os eVTOLs são vistos como uma promessa para aliviar congestionamentos e contribuir para a descarbonização do setor aéreo, sendo elétricos e silenciosos. No entanto, os desafios técnicos e de certificação têm sido obstáculos para a entrega das primeiras unidades.

A empresa Joby é a que promete o cronograma mais próximo, com lançamento comercial previsto para 2025, enquanto outras, como a Vertical e a Lilium, apontam para 2026.

A Eve, startup da Embraer, segue uma produção mais reservada, mantendo o prazo de certificação para 2026. Seu CEO, Johann Bordais, destaca a importância de não apenas ser o primeiro, mas sim garantir a segurança e o bom funcionamento dos eVTOLs.

A expectativa é que a entrada dessas aeronaves no mercado ocorra pouco tempo após a obtenção da certificação, mas ainda não há uma data específica para isso.

Enquanto isso, o setor continua enfrentando desafios de desenvolvimento, discussões com reguladores e interrupções na cadeia de suprimentos, principalmente após os impactos da pandemia de COVID-19.

Os eVTOLS realmente são carros voadores?

Na verdade, essas aeronaves são mais comparáveis a helicópteros, com locais específicos para pouso e decolagem, e sua operação fica a cargo de profissionais especializados.

Similar ao serviço de táxi, os eVTOLs serão utilizados mediante solicitação dos passageiros, enquanto a condução será realizada por pilotos treinados ou até mesmo por sistemas automatizados.

A grande promessa por trás dos eVTOLs é tornar o transporte coletivo mais acessível e sustentável. Movidos a bateria elétrica, com opções de energia provenientes de fontes renováveis, como as aeronaves da Eve, esses veículos apresentam baixo impacto ambiental e baixo nível de ruído durante o voo, comparável ao som de um chuvisco na janela.

Em uma entrevista concedida ao portal Forbes, Fernando Martini Catalano, professor de Engenharia Aeronáutica da USP, cita que os motores elétricos dessas aeronaves contribuem para reduzir os custos operacionais, que podem ser até 80% mais baixos do que os de helicópteros tradicionais.

Além disso, a necessidade de pilotos altamente especializados e o uso de combustíveis fósseis aumentam ainda mais a operação dos helicópteros, ao passo que os eVTOLs contam com pilotos treinados especificamente para essas aeronaves e grande parte das operações é automatizada.