Quebra-molas: por que o Brasil ainda insiste nesta ‘solução’ enquanto países ricos estão abolindo?
Quebra-molas são amplamente utilizados no Brasil, mas estão em declínio nos países desenvolvidos devido a alternativas mais eficazes e seguras.
Os quebra-molas, ou lombadas, são uma constante nas vias brasileiras, principalmente em áreas residenciais e próximas a escolas e hospitais. Utilizados para reduzir a velocidade dos veículos, esses dispositivos estão presentes em quantidade significativa no país.
No entanto, enquanto isso ocorre, nações desenvolvidas estão abandonando essa solução em favor de métodos mais sofisticados e menos agressivos para o trânsito.
Advogados especializados em trânsito destacam a existência de normas específicas para a implementação de lombadas no Brasil.
O Manual Brasileiro de Sinalização Auxiliar define dois tipos principais: Tipo A, para vias com velocidade de até 30 km/h, e Tipo B, para ruas com velocidade de até 40 km/h.
Apesar disso, essas diretrizes nem sempre são seguidas, resultando em lombadas mal projetadas e instaladas sem estudos técnicos prévios.
Problemas associados às lombadas
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O uso inadequado de quebra-molas pode gerar efeitos indesejados, como danos aos veículos e aumento da poluição. Especialistas ressaltam que lombadas instaladas sem critérios técnicos são perigosas, principalmente para motociclistas. A falta de padronização e sinalização adequada eleva o risco de acidentes.
Além disso, a preferência por quebra-molas no Brasil está ligada ao baixo custo e à dificuldade de fiscalização. Soluções eletrônicas, como radares, são eficazes, mas financeiramente menos viáveis. O comportamento dos motoristas também impacta diretamente na necessidade dessas estruturas.
Alternativas adotadas em países desenvolvidos
Em países desenvolidos, a moderação do tráfego é priorizada. Neste caso, a sugestão é a criação de ambientes que naturalmente induzam à redução de velocidade. Exemplos incluem travessias elevadas e alterações na pavimentação, que reduzem a velocidade sem barreiras físicas.
Lombadas eletrônicas e estreitamento estratégico de vias são algumas das opções adotadas. Essas medidas, que evitam barreiras físicas, são mais frequentes em países desenvolvidos.
As travessias elevadas, que nivelam o pedestre ao mesmo plano da calçada, são outra alternativa segura e eficiente.
O futuro das lombadas no Brasil
Embora as lombadas possam ser úteis em situações específicas, sua eficácia depende de uma implementação correta.
No Brasil, a abordagem punitiva ainda prevalece, mas investir em soluções de longo prazo é essencial para um trânsito mais seguro e eficiente.
A aplicação adequada e o planejamento são fundamentais para que essas estruturas cumpram suas funções sem causar inconvenientes desnecessários.