Reajuste do diesel acende alerta, mas governo afasta ameaça de greve
Petrobras reajusta preço do diesel em mais de 6%, mas governo minimiza impacto e aponta outros fatores para a alta.
Neste sábado, dia 1º, a Petrobras anunciou um aumento de mais de 6% no preço do diesel às distribuidoras, elevando o valor para R$ 3,72 por litro. Este é o primeiro reajuste em mais de um ano e já gerou discussões sobre seus impactos e possíveis consequências na economia nacional.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o aumento era inevitável, mas minimizou seus efeitos diretos para os caminhoneiros. O argumento é de que o aumento real foi baixo e o impacto na inflação não é imediato.
Auxiliares do Planalto destacaram a comparação com o preço do diesel ao final do mandato de Jair Bolsonaro, em dezembro de 2022, lembrando que o litro ainda está R$ 0,77 mais barato do que naquela época.
Além disso, a equipe do governo aposta em uma contínua queda no dólar para amenizar o impacto. Desde o início do ano, a moeda americana vem registrando quedas sucessivas, fechando a R$ 5,835 na última sexta-feira.
A expectativa é de que essa tendência alivie o aumento de R$ 0,22 no preço do diesel.
Variação cambial e políticas estaduais
O governo acredita que a variação cambial pode compensar o aumento no preço do diesel. A moeda americana, que já ultrapassou a marca de R$ 6, mostrou uma trajetória de queda nas últimas semanas, e essa tendência pode continuar.
A alta no ICMS, imposto estadual, também influenciará diretamente os preços dos combustíveis nos postos.
A gasolina e o diesel devem sofrer aumentos em decorrência da tributação estadual, com R$ 0,10 a mais para gasolina e etanol, e R$ 0,06 para diesel e biodiesel.
Repercussões políticas
O reajuste no preço do diesel gerou reações diversas no meio político. Ciro Nogueira, ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, criticou o governo Lula nas redes sociais, questionando a quem seria atribuída a culpa pelo aumento.
Em contrapartida, petistas argumentaram que o aumento direto nas bombas resultaria do ICMS dos estados.
A decisão da Petrobras reflete sua política de preços, mas o governo Lula acredita que fatores externos, como a variação cambial, podem mitigar os impactos.
O debate político se intensifica, com críticas e defesas surgindo de ambos os lados do espectro partidário. Enquanto isso, a situação econômica e política do país continua sob constante análise e monitoramento.