Rejeitado! Cientistas não querem Toyota Mirai como carro oficial das Olimpíadas

Carro oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 é movido a hidrogênio e emite zero carbono do escapamento.

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão perto de começar e trazem a sustentabilidade como um de seus objetivos. Para fazer do evento o mais ‘ecológico’ da história, a Toyota anunciou o fornecimento de 500 unidades do Toyota Mirai como parte da sua frota oficial.

O modelo é movido a hidrogênio e não emite carbono durante seu funcionamento, apenas água. Seu motor elétrico gera 184 cv e 41,5 kgfm, tem funcionamento silencioso e torque instantâneo, e leva o carro de 0 a 100 km/h em cerca de 9,5 segundos.

O problema do hidrogênio

Toyota Mirai (Foto: Divulgação)

Embora seja uma tecnologia inovadora, um grupo formado por 120 cientistas, engenheiros e acadêmicos divulgou uma carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional (COI) pedindo que a organização do evento abandone o Toyota Mirai como carro oficial da competição. Segundo eles, a escolha viola o compromisso do evento com a agenda verde.

O carro japonês é movido a hidrogênio e não resulta em emissões, mas 96% dessa fonte de energia existente no planeta é derivada de combustíveis fósseis. A característica torna os veículos a hidrogênio mais poluentes do que os elétricos a bateria (EVs) e apenas um pouco melhores do que os modelos a combustão.

Estamos escrevendo para expressar nossa preocupação pelo fato de que a promoção de um carro a hidrogênio pela Toyota esteja cientificamente desalinhada com a emissão zero e prejudique a reputação dos Jogos de 2024, afirmam os autores na carta.

A montadora afirma que o modelo oficial será abastecido por hidrogênio derivado de água e matéria orgânica, produzido a partir de fontes renováveis. Contudo, os cientistas argumentam que a utilização do Mirai incentiva sua compra e o consequente uso do hidrogênio proveniente de combustíveis fósseis.

“A oportunidade continua sendo de redirecionar, e pedimos que você exija que a Toyota substitua o Mirai por um Veículo Elétrico a Bateria como veículo oficial dos Jogos”, completam os cientistas.

Donos processam marca

Proprietários do modelo ‘sustentável’ moveram uma ação coletiva contra a fabricante japonesa na qual a acusam de “conduta ilegal” ao vender o veículo a hidrogênio prometendo que o abastecimento seria fácil. Eles reclamam de um problema de disponibilidade de hidrogênio, que fica dias indisponível por dias nos postos de abastecimento.

O preço do combustível também gera reclamações. Nos últimos dois anos, o hidrogênio ficou 200% mais caro e o valor médio do quilo passou de U$ 12 (cerca de R$ 67) para U$ 36 (R$ 200). Além disso, o cartão de abastecimento com U$ 15 mil de saldo oferecido pela Toyota aos compradores não é aceito na maioria dos postos.

Outro problema é uma falha que causa o congelamento das bombas e faz com que o motorista tenha que esperar 30 minutos para desconectar a mangueira com segurança. Por fim, os donos do Mirai acusam a marca de fabricar dados de autonomia, que seria até 160 km menor.

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