Se for comprar uma Ferrari Puro Sangue, saiba que será difícil revendê-la rápido

Ferrari impede revenda de Purosangue por cliente nos EUA, alegando cláusula para evitar especulação. Caso é semelhante ao da Ford com John Cena em 2017.

Recentemente, um milionário americano tentou revender sua Ferrari Purosangue em Houston, mas foi impedido pela fabricante italiana. A tentativa de venda ocorreu apenas três meses após a compra do veículo. Essa ação gerou uma disputa legal entre o comprador e a Ferrari.

A marca italiana, preocupada com a especulação de seus modelos raros, inseriu cláusulas contratuais específicas. Essas cláusulas têm a finalidade de evitar que compradores revendam veículos a preços inflacionados. No caso em questão, a revenda teria ocorrido sem o consentimento da concessionária de origem.

O comprador, Todd Carlson, adquiriu o modelo em junho de 2024. Em setembro do mesmo ano, a concessionária Ferrari de Houston moveu uma ação contra ele. O tribunal responsável foi o do Condado de Harris, no Texas. A ação baseou-se na quebra de um contrato que previa o direito de recompra pela concessionária.

Cláusulas de proteção contra especulação

Ferrari Puro Sangue (Foto: Divulgação/Ferrari)

O contrato de venda da Ferrari incluía uma cláusula chamada “Primeiro Direito e Acordo de Garantia”. Segundo essa cláusula, Carlson deveria oferecer o carro à concessionária antes de vendê-lo a terceiros. O prazo estabelecido era de um ano a partir da compra. A intenção é garantir que a marca possa controlar a revenda e impedir a especulação.

A Ferrari argumenta que a revenda precoce prejudica sua imagem e pode inflacionar os preços de seus veículos. Além disso, essa prática afeta os verdadeiros entusiastas da marca. O objetivo principal é vender para aqueles que realmente desejam usufruir do carro, não para investidores em potencial.

Precedentes em outras marcas

Esse tipo de disputa não é exclusivo da Ferrari. Em 2017, a Ford enfrentou uma situação semelhante com John Cena. O ator e lutador vendeu um Ford GT antes do prazo estipulado de 24 meses. Após ser acionado judicialmente, Cena fez um acordo com a fabricante americana, resultando em doações para caridade.

Esses casos demonstram como as marcas de luxo buscam proteger a exclusividade de seus produtos. Ao impor restrições contratuais, garantem que a experiência de possuir um carro raro não seja desvalorizada por práticas de mercado especulativas.

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