Se vai passar por um buraco, é melhor acelerar o carro. Entenda por quê

As ruas e estradas esburacadas do Brasil são o motivo recorrente da quebra de veículos que passam por elas todos os dias. Para evitar a dor de cabeça e o prejuízo financeiro, o motorista deve saber qual é o melhor jeito de passar por um buraco.

A física ajuda a explicar se é melhor frear ou acelerar antes de passar por uma cratera no solo, ajudando o brasileiro que precisa lidar com as imperfeições asfálticas sem acabar com uma conta na oficina mecânica.

Acelerar ou frear antes de buracos na via?

A melhor maneira de passar de forma mais suave e menos danosa em um buraco na via é acelerar ou soltar o carro, sem frear. A ideia é que as rodas passem rodando pela cratera, e não travadas pelo freio, como se estivesse “flutuando” sobre ela. Isso impede que o veículo caia bruscamente.

Foto: Bilanol/Shutterstock

Para explicar a questão, entra em cena o princípio físico da inércia, que diz que um objeto em movimento tende a permanecer em movimento. Se o motorista acelera o carro antes de passar pela imperfeição na pista, faz ele “levitar” sobre ela, mantendo a estrutura mais estável e menos passível de sofrer danos.

“Frear bruscamente antes de um buraco pode causar uma transferência de peso para a frente do veículo, aumentando o risco de danos, pois a suspensão dianteira é comprimida e as peças ficam mais próximas do solo. Por outro lado, manter a velocidade pode ajudar a manter a distribuição de peso mais uniforme, reduzindo o impacto na suspensão e possíveis danos com maior severidade”, explica Cleber Willian Gomes, professor de engenharia mecânica da FEI.

A recomendação não significa que o condutor deve acelerar bruscamente, muito pelo contrário. O ideal é ajustar a velocidade conforme as condições da estrada, visibilidade e tráfego, sempre respeitando os limites e tendo a segurança como prioridade.

Soltar o carro pode ser ainda melhor

Os amortecedores são os componentes que mais sofrem quando o veículo passa em um buraco, além da suspensão e dos pneus.

Segundo Ivan Furuya, diretor de marketing da Volda, “a melhor opção é manter a velocidade e as rodas soltas, pois ao frear, além de aumentar o peso do veículo e o impacto no buraco, você aumenta os riscos de danificar os pneus, que podem provocar um acidente grave e um impacto no sistema de suspensão”.

Fabio Maggion, gerente de planejamento estratégico da Mitsubishi, concorda que melhor que acelerar o carro, é esperar a redução progressiva da velocidade.

“Aliviar a carga em cima do pneu tira responsabilidade em cima dele, vai ter só uma pequena força frenagem em função do freio motor, com mais capacidade de absorção de impacto a deformação”, completa.