Será o fim dos sedãs? Montadoras estão apostando tudo em SUVs e PickUps
A decisão das montadoras pelas SUVs é baseada na preferência do mercado atual
O CEO global da Renault, Fabrice Cambolive, anunciou que a montadora não terá mais sedãs em seu portfólio no futuro. A empresa irá priorizar veículos que privilegiem a aerodinâmica, uma característica crucial para os automóveis predominantemente elétricos.
A empresa também planeja ter apenas SUVs em sua gama de carros de passeio, mantendo as picapes. Essa decisão reflete uma tendência crescente na indústria automotiva de redução e simplificação de segmentos.
A nova abordagem
A estratégia da Renault alinha-se com a abordagem adotada por ou-tras montadoras, como a Ford, que, há cerca de cinco anos, anunciou uma linha global composta apenas por SUVs e picapes. No Brasil, a Ford atualmen-te oferece modelos como Ranger, Territory, Bronco Sport, Maverick e F-150, além da van Transit.
O cenário no mercado nacional também testemunhou a redução de segmentos, com os SUVs ganhando espaço à medida que outras categorias desaparecem gradualmente. A extinção de monovolumes e peruas foi seguida pelo desaparecimento de hatches médios, como o Golf e o Focus, e a redução do segmento de sedãs médios.
A decisão da Renault de se concentrar exclusivamente em SUVs não significa necessariamente o fim dos hatches compactos. A empresa tem adotado uma estratégia de marketing que classifica alguns de seus modelos como SUVs, mesmo que compartilhem características de hatches compactos. Um exemplo é o Renault Kwid, que é denominado como SUV, apesar de sua estrutura se enquadrar nos padrões de hatches compactos, segundo o Inmetro.
Mudança de parâmetros
Essa estratégia sugere que, em vez de eliminar os hatches compactos, pode haver uma reformulação, com esses modelos se tornando mais altos e sendo categorizados como SUVs. Esta mudança é uma resposta à crescente preferência por SUVs em diversos mercados, como evidenciado pelos EUA, onde picapes e SUVs dominam as vendas.
Apesar da decisão da Renault e de outras montadoras de focarem em SUVs, não é provável que todos os fabricantes abandonem os sedãs. Modelos de luxo, como o BMW Série 3, continuam a desfrutar de demanda significativa e podem garantir a sobrevivência dos sedãs a curto e médio prazo.
A longo prazo, esses veículos podem enfrentar desafios, especialmente se a preferência do consumidor continuar a evoluir em direção aos SUVs e outros formatos de veículos.