Será um adeus? Marca chinesa reduz preços em até R$ 20 mil e indica saída do Brasil
Descontos de até R$ 20 mil, vendas em queda e processos na China colocam a marca sob pressão.
A montadora chinesa Neta Auto iniciou uma ofensiva de preços nos elétricos vendidos no Brasil, com cortes de até R$ 20 mil. A empresa chegou ao país em 2024 já sob crise na China, que interrompeu a produção.
Agora, a movimentação sugere uma queima de estoque e uma possível saída do mercado brasileiro.
Para o consumidor, os cortes criam oportunidades imediatas, mas também expõem riscos ligados à assistência e à continuidade. Entretanto, a Neta Auto tenta ganhar fôlego com a liquidação.
Se a saída do Brasil se confirmar, o mercado de elétricos ajustará estratégias rapidamente.
Liquidação de estoque e pressão competitiva
Na concessionária Neta Potenza, no Rio de Janeiro, o Neta Aya Comfort caiu de R$ 143.900 para R$ 123.900, embora tenha estreado a R$ 128.900. Já o Neta X 500 Comfort passou de R$ 225.000 para R$ 205.000, contudo ainda está acima do preço de lançamento de R$ 194.900.
Os cortes tentam gerar caixa e acelerar as entregas, enquanto a operação local respira. Além disso, a tabela revisada apresenta valores de até R$ 20 mil abaixo do preço recente.
No mesmo contexto, Nissan e Peugeot também reduziram valores, aproximando o novo Kicks do Kardian e o 2008 Active do Hyundai HB20.
Crise na China e impactos operacionais
Entre 2022 e 2024, a Neta Auto viu a demanda encolher de 152 mil para 64.549 unidades na China. Esse tombo agravou a pressão sobre as finanças e levou à interrupção da produção.
Consequentemente, a filial brasileira enfrenta incertezas de suprimento e planejamento.
A Shanghai Yuxing protocolou um pedido de falência, cobrando uma dívida equivalente a R$ 4 milhões. Na sequência, a Neta entrou em recuperação judicial. Embora tenha atraído investidores e recomposto parte do quadro, a produção na China ainda não foi retomada.
Operação no Brasil e presença digital
No Brasil, a marca vendeu apenas 96 carros desde a chegada em 2024. Além disso, o site oficial está fora do ar e o perfil no LinkedIn está desativado. Por fim, resta apenas uma conta no Instagram, recém-criada após a perda da original.