SUVs podem tomar o lugar dos hatches no Brasil como carros 'baratos'?

Fenômeno dos SUVs subcompactos no mercado brasileiro aponta para uma nova era de carros baratos.

A perda de poder aquisitivo dos brasileiros provocou uma transformação que ganhou força durante a pandemia de coronavírus, quando as marcas de carros começaram a priorizar segmentos e modelos de maior valor agregado. Hoje, quase não se veem modelos de entrada como Kwid e Mobi.

Outras opções mais baratas, como as versões básicas do Onix, HB20 e Polo, são exclusivas para frotistas e estão disponíveis apenas em configurações mais caras para o varejo. Aliás, até os hatches compactos estão desaparecendo, ameaçando um segmento que já foi o maior do Brasil em volume e em número de modelos.

Dá para contar nos dedos as alternativas: os já citados Polo, Onix e HB20, além de Argo e City Hatch. O Sandero, que saiu de linha deixando apenas a versão Stepway, dará lugar ao SUV Kiger.Situação parecida ocorreu com a Volkswagen, que em 2020 lançou o SUV Nivus e, dois anos depois, precisou reposicionar o Polo após uma perda de espaço.

O Polo ganhou uma versão de entrada (Tracker) para preencher a lacuna do Gol, além de ter ficado mais simples. No entanto, essa configuração é totalmente voltada para as vendas diretas.

A era dos SUVs

A mudança ilustrada pelos casos de Nivus e Kardian aponta para um novo cenário no mercado brasileiro: a substituição dos hatches compactos premium por SUVs subcompactos. Desde 2020, a lista vem crescendo.

Os SUVs B compactos, ou SUVs subcompactos, são posicionados logo abaixo dos compactos nas linhas das montadoras (T-Cross acima do Nivus e Duster acima do Kwid, por exemplo). Porém, eles têm uma característica bem interessante em comum: são hatches “disfarçados”.

Tirando o vão livre do solo mais alto e a lista de equipamentos mais recheada, esses modelos pouco se diferenciam de Polo, Onix e outros hatchbacks. Em outras palavras, eles tomaram o lugar dos antigos hatches compactos premium, mas sob o título de SUV.

A troca de categoria é uma estratégia das marcas para garantir o status desejado pelos consumidores que possuem poder aquisitivo para comprar um carro novo. Com poucas mudanças e a categorização como SUV, as montadoras vendem mais e criam um novo destino para a indústria brasileira.

Até agora, os SUVs subcompactos substituem os hatches premium, categoria que continua sem novidades. No futuro, tudo aponta para um mercado repleto de SUVs e picapes, com poucos representantes de outros segmentos.

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