Tabela Fipe e preços reais dos carros: por que existem diferenças?

Valor venal dos modelos disponíveis no mercado nacional e o preço praticado pelos negociantes podem ser bem discrepantes.

Sempre que um comprador ou um vendedor quer saber o preço de avaliação de um modelo de carro, recorrem à famosa e popular tabela Fipe. A lista é um levantamento dos preços médios praticados na revenda de veículos no mercado nacional, que serve de parâmetro para negociações ou avaliações desses bens.

A questão é que o preço real dos modelos tem apresentado uma grande diferença em relação aos valores indicados na pesquisa. Um estudo recente da Mobiauto revelou que as cotações reais praticadas no mercado podem apresentar uma variação entre 5% a mais e 9% a menos em relação à referência indicada pela Fipe.

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é resultado de dados colhidos por analistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e avalia também outros bens de consumo, não apenas carros. Mas, afinal, o que explica a diferença entre ela e os preços de mercado?

Diferença tem explicação simples

Basicamente, a explicação é que variações de preço muito abruptas podem não ser absorvidas com tanta rapidez pelo levantamento. Mesmo assim, o estudo da Mobiauto revela que a diferença média entre a tabela e o mercado foi de 0,02%, considerada insignificante, embora tenha ficado bem acima desse percentual para alguns modelos específicos.

Em outras palavras, a maioria dos automóveis tem preços equiparados aos da tabela Fipe, considerando a lista dos 50 modelos mais vendidos no Brasil. Porém, a pesquisa não consegue incorporar com tanta rapidez casos pontuais, como ofertas instantâneas de um seminovo.

Por exemplo: se uma locadora negocia sua frota por um preço inferior à média do mercado, os demais vendedores precisam baixar seus valores para não perderem vendas, resultando em uma queda geral. Se o pesquisador da Fipe for colher as informações justamente no momento dessa oferta, a queda só será registrada na tabela do mês seguinte. O problema é que, àquela altura, pode ser que os preços já tenham voltado a subir.

Quando a Fipe está mais alta que o valor de mercado, o comprador que deseja oferecer o seminovo como entrada na compra de um novo costuma se dar bem. Por outro lado, uma tabela abaixo da média pode prejudicar negociações e indenizações de seguros, uma vez que as seguradoras consideram seus dados para indenizar os clientes.

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