Tecnologia da Fórmula 1 pode estar presente no seu carro e você nem sabe

Recursos que equipam os carros de passeio muitas vezes são desenvolvidos para o esporte a motor.

O desenvolvimento de tecnologias para o setor automotivo é um processo constante que exige investimento pesado e o acompanhamento de tendências pelas montadoras. Embora os esportes a motor pareçam distantes das ruas e estradas brasileiras, é nos novos recursos que eles se encontram.

Diversos sistemas e dispositivos presentes nos carros convencionais foram pensados para equipar os modelos usados nas pistas de corrida da Fórmula 1. Exemplo disso é a presença de um painel único para reunir várias funções, como verificar a calibragem dos pneus e abaixar o volume do rádio.

É por isso que muitos automóveis que rodam pelas vias comuns levam inovações importadas da modalidade competitiva.

Tecnologias importadas da Fórmula 1

Começando por um item presente em todos os veículos e essencial para a segurança no trânsito, o retrovisor apareceu pela primeira vez em um Marmon Wasp dirigido pelo piloto Ray Harroun, competidor que venceu a corrida de Indianápolis 500, em 1911.

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Outro exemplo é o turbo, tecnologia para motores apresentada pela indústria aeroespacial, que chegou à Fórmula 1 e hoje é bastante popular nos automóveis de passeio.

Podemos citar ainda a troca de marchas no câmbio automático ou semiautomático, funcionalidade que facilitou a vida dos pilotos da Ferrari nos anos 70. O primeiro a usar o sistema que economiza tempo na troca de marchas foi Nigel Mansell, vencedor do Grand Prix do Brasil.

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A fibra de carbono é mais uma inovação promissora vinda das pistas. Apresentada pela McLaren em 1981, ela chegou aos carros comuns no ano seguinte, embora ainda seja mais comum em modelos de luxo devido ao alto custo.

Por fim, vale lembrar dos motores híbridos, desenvolvidos inicialmente para aumentar a eficiência dos veículos de F1. Atualmente, eles são uma opção atrativa e quase todas as marcas possuem ao menos uma opção com essa motorização na gama.

Transpor tecnologias é desafiador

Em entrevista ao The Washington Post, Jochen Hermann, chefe de tecnologia na Mercedes-AMG, afirmou que os recursos da Fórmula 1 não são pensados para os carros convencionais, mas ainda assim acabam se tornando uma solução técnica para o segmento.

Porém, essa migração de tecnologias apresenta desafios, já que os veículos do esporte a motor têm como único objetivo imprimir velocidade na pista, enquanto os modelos de rua precisam ser confortáveis, seguros e duráveis.

É por isso que um automóvel usado na F1 não tem bolso especial para laptop, mas o item é bastante comum nos carros normais.

Também vale lembrar que os projetos que vão para as corridas são feitos para atingir um desempenho extremo, portanto, a vida útil não é o grande foco. Isso sem deixar de mencionar o barulho que faz um carro de pista, algo que nenhum vizinho aprovaria.

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