Uber na mira: Cade exige esclarecimentos sobre banimento de motoristas
Cade investiga práticas da Uber no Brasil, solicitando dados sobre motoristas desativados e possíveis práticas anticompetitivas.
A Uber está no centro de uma investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que quer saber mais detalhes sobre suas operações no Brasil. Para isso, o órgão solicitou informações detalhadas à plataforma.
A empresa de transporte por aplicativo precisa fornecer dados precisos sobre seus motoristas, incluindo aqueles que foram removidos da ferramenta. Essa exigência ocorre em meio a investigações sobre possíveis práticas anticompetitivas.
O Cade instruiu a Uber a elaborar uma lista especificando os motivos e o número total de motoristas banidos nos últimos anos. Esta é a primeira vez que a empresa enfrenta tal demanda por transparência no Brasil.
A medida visa esclarecer se a plataforma está usando seu poder econômico de forma indevida, afetando a competição no mercado de transporte por aplicativos.
Além disso, a investigação do Cade analisa se a Uber está restringindo o uso de ferramentas por motoristas, como o aplicativo brasileiro GigU. A startup alega que a companhia impediu o uso de plataformas que promovem clareza sobre os valores das corridas.
Dados sobre motoristas desativados
A situação levanta questionamentos sobre as práticas de mercado da empresa, que pode receber graves punições caso alguma ilegalidade seja comprovada.
Em 2021, a Uber relatou o banimento de cerca de 1.600 motoristas no Brasil por “cancelamento excessivo”. Esse número representaria 0,16% dos profissionais cadastrados na época.
No entanto, a Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo contestou essa informação, afirmando que mais de 15 mil motoristas teriam sido afetados.
Resposta da Uber
A Uber manifestou seu compromisso em cooperar com o Cade, garantindo fornecer todas as informações necessárias. Em nota, a empresa destacou que utiliza recursos tecnológicos e jurídicos para proteger sua plataforma, afirmando que a integridade da experiência dos usuários é uma prioridade.
Nesse sentido, não é permitido o uso de sistemas ou ferramentas de automação durante o uso do aplicativo que impactem negativamente no equilíbrio da plataforma, como robôs que fazem intervenções no lugar de ações humanas”, explicou a companhia.
O Cade continua sua avaliação das práticas da Uber para entender o impacto no mercado. A expectativa é que os esclarecimentos solicitados ajudem a determinar se a empresa está, de fato, prejudicando a competitividade e violando regras.