Ultrapassagem pela direita: por que alguns países dirigem pela esquerda?

Escolha do lado do volante varia conforme tradições históricas e influências culturais, impactando a condução em todo o mundo.

Você já parou para pensar por que em alguns países os motoristas dirigem pelo lado esquerdo da via? A razão de certas nações adotarem a chamada mão inglesa remonta à Idade Média, período em que os cavaleiros preferiam manter-se à esquerda da trilha para usar a mão direita livre em duelos.

Essa prática influenciou o sistema de tráfego do Reino Unido por séculos, e devido à sua influência mundial, permanece em vigor em 76 países e territórios.

A escolha do lado da direção não é apenas uma questão prática, mas também histórica e cultural. Países como Austrália, Índia, Nova Zelândia e Japão ainda seguem o sistema britânico, mas outros, como Suécia e Argentina, já mudaram para o sistema universal.

Entenda os fatores por trás dessas escolhas e as curiosidades que as acompanham.

História da condução pelo lado esquerdo

Foto: Shutterstock

Nos Estados Unidos, a condução pela esquerda foi rejeitada em favor do sistema oposto. Historiadores acreditam que essa mudança reforçava a independência em relação à Inglaterra. Além disso, posicionar o cocheiro à esquerda das carroças fornecia melhor visão do tráfego e controle dos cavalos.

O Japão adotou a circulação pela esquerda durante sua modernização no final do século XIX, influenciado por engenheiros britânicos que construíam ferrovias no país. Mesmo após a Segunda Guerra Mundial, os japoneses mantiveram o sistema inglês, consolidando-o com o crescimento da indústria automobilística.

A transição de um sistema para outro não é simples. Em 1967, a Suécia mudou seu sistema viário em um evento conhecido como “H-Day”.

No dia 3 de setembro, às 11h30 da manhã, o tráfego do país foi interrompido e todos os motoristas trocaram de pista para dirigir pela direita. Ajustes nos faróis dos veículos foram necessários para o sucesso da operação.

Países que mantêm a mão inglesa enfrentam desafios nas fronteiras com nações que adotam o sistema universal. A Ponte Lótus, que conecta Macau à China continental, exemplifica isso. Engenheiros projetaram uma mudança de pista para facilitar a transição dos veículos entre os dois sistemas.

Impactos no design e outras curiosidades

A adaptação do volante à direita pode ser um desafio para os fabricantes de veículos. A maioria dos controles permanece no mesmo lugar, mas a posição da alavanca de câmbio muda para a esquerda do motorista.

Nem todos os projetos de veículos podem ser simplesmente espelhados, resultando em soluções técnicas complexas.

Em alguns casos, fabricantes mantêm partes do mecanismo no lado original, como o servofreio, enquanto o restante do sistema é adaptado. Isso pode gerar peculiaridades nos veículos com volante à direita, embora não interfira no desempenho ou na experiência de direção.

O sistema inglês ainda é amplamente utilizado, sobretudo em ex-colônias do Reino Unido. No entanto, em regiões de tráfego intenso, como grandes cidades, essa diferença pode causar confusão, especialmente para turistas que precisam se adaptar rapidamente ao novo sistema viário.

Veja alguns exemplos de países em que o motorista fica do lado direito do carro e ultrapassa pela direita da via:

  • África do Sul
  • Austrália
  • Barbados
  • Guiana
  • Hong Kong
  • Índia
  • Irlanda
  • Jamaica
  • Japão
  • Malásia
  • Moçambique
  • Nova Zelândia
  • Quênia
  • Reino Unido
  • Singapura
  • Sri Lanka
  • Tailândia
  • Trinidad e Tobago
  • Uganda
  • Zimbábue
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