Alta ou baixa? Veja a variação dos preços dos combustíveis no 1º ano do novo governo Lula
Levantamento da ANP revela a variação nos preços dos combustíveis durante o primeiro ano do terceiro mandato de Lula.
O primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado por reajustes nos preços dos combustíveis, que oscilaram na esteira do custo do petróleo, da volta de impostos federais e de reajustes da Petrobras. Em meio a esse cenário, a gasolina foi o único produto que registrou alta em 2023.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina disparou 12,5% no último ano, passando de R$ 4,96 na semana final e 2022 para R$ 5,58 em igual período do ano passado.
Já o etanol teve queda de 11,6%, com o preço médio recuando de R$ 3,87 no fechamento de 2022 para R$ 3,42 no fim de 2023. Na mesma toada veio o diesel, que ficou 6,24% mais barato no ano (de R$ 6,25 para R$ 5,86 o litro).
Fatores que impactaram os preços
A oscilação dos preços é resultado de uma série de fatores, entre eles a cotação internacional do petróleo. O barril de petróleo tipo Brent terminou 2022 cotado a US$ 85,91, mas um ano depois era vendido a US$ 77,04 (-10,3%).
O custo do petróleo afeta diretamente os preços cobrados pela Petrobras, embora no ano passado a política de preços da estatal tenha sido alterada para reduzir essa influência. Em maio, a petroleira passou a definir seus valores com base em um modelo que beneficiou o consumidor.
Ao longo do ano, a empresa reajustou para baixo a gasolina vendida em suas refinarias, que ficou R$ 0,27 mais barata por litro. Já o diesel caiu R$ 1,01 por litro
Todos os pontos citados até agora contribuíram com a queda nas cotações dos combustíveis no Brasil, então por que houve alta na gasolina? A explicação está principalmente na retomada dos impostos que haviam sido reduzidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante o período das eleições presidenciais em 2022.
Retorno dos impostos
Em junho de 2023, o governo retomou a cobrança integral dos impostos PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol, o que ajudou a pressionar os preços nas bombas dos postos. A redução da alíquota havia sido mantida até março, quando o tributo parcial entrou em vigor, mas o benefício terminou de vez em junho.
A decisão já havia sido anunciada pela equipe de Lula, já que a desoneração promovida pelo seu antecessor não era financeiramente sustentável para a União. Na época de sua aprovação, a medida de Bolsonaro foi encarada por especialistas como eleitoreira.