Você sabe por que os carros agora têm tanques de combustível menores? Lei brasileira é a culpada

Nova lei de emissão evaporativa impulsionou a redução dos tanques de combustível nos veículos, refletindo diretamente na capacidade de armazenamento.

A nova norma de emissão evaporativa, estabelecida pelo Programa Nacional de Controle de Emissões Veiculares (Proconve) e regulamentada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), tem sido um fator determinante para a redução dos tanques de combustível nos veículos automotivos.

Esta mudança reflete diretamente na capacidade de armazenamento de combustível dos automóveis, resultando em tanques progressivamente menores. Como exemplo, temos modelos como Chevrolet Onix, Tracker, Nissan Kicks e Honda City, que estão equipados com tanques com capacidades que variam de 36 a 44 litros.

Até mesmo veículos que anteriormente possuíam capacidades maiores, como o Jeep Renegade e o Fiat Toro, tiveram que reduzir seus tanques, substituindo compartimentos de 60 litros por outros de 55 litros.

Essa norma entrou em vigor em 1990, em conjunto com o Proconve. O governo brasileiro regulamentou as emissões evaporativas, que se referem aos poluentes liberados pelo vapor do combustível armazenado nos tanques dos veículos. Em situações normais, é comum que uma pequena quantidade de combustível evapore, passando do estado líquido para o gasoso.

Na gasolina, por exemplo, o processo de evaporação tem início a partir dos 50°C, enquanto no caso do etanol, começa a partir dos 70°C. Isso indica que o combustível precisa estar em uma temperatura alta para evaporar, embora possa ocorrer em circunstâncias específicas, como durante o reabastecimento, especialmente em dias de muito sol e calor.

Com isso, todos os veículos leves vendidos no Brasil devem ser equipados de fábrica com um componente para o controle de emissões evaporativas: o cânister.

Trata-se de um filtro de carvão ativado projetado para capturar o combustível vaporizado, retendo poluentes como os hidrocarbonetos. Esse vapor tratado é então direcionado para o sistema de admissão do veículo, onde é reintegrado ao ciclo de combustão, reduzindo assim o impacto ambiental causado pelas emissões evaporativas.

No ano de 2022, o Proconve L7 surgiu com a adoção de um dos limites mais rigorosos do mundo para as emissões evaporativas de automóveis leves, estabelecendo um máximo de 0,5 g por dia. Essa medida representou uma redução em comparação com o limite anterior de 1,5 g por dia, demonstrando um compromisso sério com a redução da poluição veicular.

Para garantir o cumprimento desses padrões, o Ibama realiza testes de medição em dinamômetro nos veículos durante um período de 48 horas. Além disso, há uma limitação de 50 mg/l durante o processo de abastecimento, o que impõe um controle rígido sobre as emissões durante o reabastecimento dos veículos.

Preocupadas em atender a esses requisitos, as fabricantes precisaram realizar ajustes em seus veículos, incluindo o aumento dos cânisters e a revisão dos sistemas de alimentação. Uma das soluções adotadas foi a implementação de tanques de combustível menores.

Com compartimentos de menor volume, torna-se mais fácil conter as emissões evaporativas, contribuindo para a redução do impacto ambiental causado pelos veículos automotivos.

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