Volvo está dando susto! SUV elétrico vendido no Brasil acelera sozinho e vira processo

Montadora enfrenta ação judicial por aceleração fantasma no Brasil. Entenda o caso.

A renomada fabricante sueca Volvo, tradicionalmente associada à inovação e segurança automotiva, enfrenta uma crise de imagem e confiança.

O motivo é uma ação coletiva movida nos Estados Unidos que acusa o SUV elétrico XC40 Recharge, também comercializado no Brasil, de apresentar um comportamento extremamente perigoso: a chamada “aceleração fantasma”.

De acordo com os autores do processo, o modelo elétrico da Volvo estaria acelerando sozinho em determinadas situações, colocando em risco a integridade física de motoristas, passageiros e pedestres.

O caso veio à tona poucos dias após a NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Trânsito dos EUA) emitir uma recomendação para que proprietários de modelos híbridos plug-in e elétricos da marca evitem o uso do modo “B”, ou “One Pedal Drive”, devido a riscos de falhas operacionais.

A denúncia principal parte de Robert M. Becker, que lidera o grupo de mais de 100 consumidores insatisfeitos. Becker relata que seu XC40 Recharge 2024 apresentou aceleração repentina em mais de uma ocasião, especialmente em velocidades baixas ou durante manobras, como o engate de marchas.

Ele também aponta comportamentos bruscos e imprevisíveis quando o veículo opera no modo de condução com um único pedal, tecnologia que, em teoria, simplifica a direção e favorece a regeneração de energia.

Volvo XC40 Recharge 2024 (Foto: Divulgação/Volvo)

Indícios de falha sistemática e omissão da fabricante

Segundo os advogados envolvidos na ação coletiva, a Volvo tinha conhecimento dos riscos associados ao sistema de aceleração do XC40 Recharge.

Os autores citam como evidência testes internos da montadora, reclamações de consumidores, registros de concessionárias e até documentos da própria NHTSA.

Ainda assim, a empresa teria adotado medidas paliativas e não abrangentes, expondo os motoristas a falhas que deveriam ter sido corrigidas de forma definitiva.

Além da aceleração súbita, a ação menciona falhas recorrentes em componentes eletrônicos e um histórico preocupante de recalls associados ao XC40 Recharge.

Um dos recalls apontava perda súbita de tração por falha de software. Outro, limitado apenas aos modelos 2021 e 2022, referia-se ao risco de entrada de água no sensor do pedal do acelerador, o que pode causar respostas inesperadas do veículo.

O problema, segundo os autores, continua afetando unidades mais recentes, como o modelo 2024 da Becker, demonstrando que as ações anteriores não foram suficientes.

O que as acusações alegam?

No processo, a Volvo é formalmente acusada de violação das leis de proteção ao consumidor, publicidade enganosa e enriquecimento ilícito.

Os consumidores exigem indenizações financeiras, correções técnicas imediatas nos veículos afetados e responsabilização da montadora por falhas graves em seus sistemas eletrônicos.

A situação levanta um debate importante sobre os limites da automação veicular, a segurança em veículos elétricos e a responsabilidade das montadoras diante de falhas técnicas conhecidas.

Imagem da Volvo balança em um dos seus maiores mercados

A crise é especialmente delicada porque envolve um SUV elétrico de alto valor e uma marca que sempre se destacou no segmento premium por seu compromisso com a segurança.

Se confirmadas as falhas e a negligência apontada no processo, a Volvo corre o risco de sofrer danos à sua reputação global, com reflexos diretos não apenas nos Estados Unidos, mas também em mercados emergentes, como o brasileiro, onde o XC40 Recharge vem ganhando espaço.

Com o crescimento do mercado de veículos elétricos, casos como esse reforçam a importância de regulação mais rígida, testes transparentes e canais eficientes de recall.

O desenrolar desse processo poderá servir inclusive como precedente para outras ações em diferentes países, inclusive no Brasil, onde o modelo também é vendido.

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