VW Tera chega à Argentina com motor polêmico que o Brasil não permite

O Volkswagen Tera acaba de cruzar fronteiras e iniciar sua trajetória internacional. Lançado oficialmente no Brasil em maio de 2025, o SUV de entrada da marca alemã chega agora à Argentina, marcando o primeiro passo fora do território nacional.

O destaque, porém, vai para uma escolha polêmica: enquanto no Brasil ele é vendido apenas com motores 1.0 MPI e 1.0 TSI, no país vizinho estreia também com o veterano motor 1.6 16V aspirado, já fora de linha no mercado brasileiro por não atender às normas mais rígidas de emissão de poluentes.

O lançamento oficial ocorreu no dia 12 de agosto e já movimenta concessionárias argentinas. Com dimensões praticamente idênticas ao modelo brasileiro, 4.151 mm de comprimento, 2.566 mm de entre-eixos, 1.504 mm de altura e 1.777 mm de largura, o Tera mantém o mesmo porta-malas de 350 litros no padrão VDA. A grande diferença está realmente debaixo do capô.

Volkswagen Tera (Foto: Divulgação/Volkswagen)

Motor 1.6 na Argentina, proibido no Brasil

A versão de entrada argentina, chamada Tera MSI Trend, traz o conhecido motor 1.6 16V aspirado de quatro cilindros, que entrega 110 cv e 15,7 kgfm de torque.

Esse propulsor já foi utilizado em modelos como Gol, Fox, Saveiro e Polo, mas deixou o Brasil justamente por não cumprir os padrões mais modernos de emissões.

O motor 1.0 TSI também está disponível na Argentina, mas em configuração de 101 cv (sempre a gasolina) e câmbio automático de seis marchas.

No Brasil, esse mesmo motor 1.0 TSI 170 chega a 116 cv com etanol e pode ser combinado tanto ao câmbio manual quanto ao automático. Há ainda no mercado brasileiro a versão 1.0 MPI aspirada de três cilindros, com até 84 cv no etanol.

Segurança: menos recursos de série no mercado argentino

Se no Brasil o AEB (frenagem autônoma de emergência) é item de série em todas as configurações, na Argentina a história é diferente. O recurso só será padrão nas versões High e Outfit. Nas configurações Trend e Comfort, estará disponível apenas como opcional pago, sem preço divulgado.

Além do AEB, a versão High inclui ACC (controle de cruzeiro adaptativo), assistente de permanência em faixa, detector de ponto cego, rodas aro 17 diamantadas, ar-condicionado digital, carregador por indução, painel digital de 10,25” e outros itens de conforto e tecnologia.

Gama e versões na Argentina:

• Tera MSI Trend MT5 – motor 1.6 aspirado, câmbio manual de 5 marchas, ar-condicionado manual, rodas de aço aro 16 e painel digital de 8”.
• Tera 170 TSI Comfort AT6 – motor 1.0 TSI de 101 cv, câmbio automático, rodas de liga aro 16 diamantadas, difusores de ar traseiros, volante multifuncional em couro sintético e apoio de braço dianteiro.
• Tera 170 TSI High AT6 – inclui AEB, ACC, assistente de faixa, detector de ponto cego, rodas aro 17, sensor de chuva, chave presencial, câmera de ré, bancos em couro ecológico e iluminação ambiente.
• Tera 170 TSI Outfit AT6 – mesmos itens da High, mas com detalhes estéticos exclusivos: teto preto, rodas aro 17 escurecidas e acabamento diferenciado nos bancos.

Preços de pré-venda na Argentina:

• Tera MSI Trend MT5 – 30.500.000 pesos (~R$ 125.050);
• Tera 170 TSI Comfort AT6 – 34.500.000 pesos (~R$ 141.450);
• Tera 170 TSI High AT6 – 37.500.000 pesos (~R$ 153.750);
• Tera 170 TSI Outfit AT6 – 38.500.000 pesos (~R$ 157.850).

A garantia será de três anos ou 100.000 km. A expectativa é que a faixa de preços se mantenha próxima à praticada no Brasil, onde o modelo parte de R$ 105.890 e chega a R$ 141.890.

Impacto no mercado

A chegada do Volkswagen Tera à Argentina com motor 1.6 aspirado levanta debates sobre regulamentações ambientais e estratégias de mercado.

Enquanto no Brasil o modelo aposta em eficiência e motores menores, no país vizinho a tradição mecânica ainda encontra espaço.

O SUV se posiciona como opção intermediária entre Polo Track e Nivus, com foco em custo-benefício, mas com variações importantes de tecnologia, segurança e motorização.