Waze pode ficar sem função que ajuda motoristas a escaparem das blitz
Suspensão de recurso do Waze que exibe fiscalizações tem sido uma pedra no sapato de órgãos fiscalizadores.
Em janeiro, o Tribunal de Justiça de Goiás negou solicitação do Detran-GO para suspender a funcionalidade do Waze que indica locais de fiscalização e presença de viaturas policiais. Essa ferramenta, segundo o Detran-GO, facilita a evasão de bloqueios e blitzes por motoristas avisados por outros usuários.
“O aplicativo, espontaneamente, fornece os meios para que qualquer dos usuários informe onde estão situadas blitz e fiscalizações policiais, podendo (os motoristas) desviar o seu trajeto usual. Um mecanismo refinado de fuga ao poder de polícia de trânsito”, relatou o Detran via documento à Justiça.
A decisão judicial, proferida pelo juiz Rodrigo Fadrigues de Oliveira e Silva, ressaltou o caráter de utilidade pública do recurso. O magistrado destacou que, além de evitar fiscalizações, a funcionalidade pode auxiliar na localização de viaturas em situações de emergência, como em casos de violência doméstica.
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Apesar da decisão, o presidente do Detran-GO, Waldir Soares de Oliveira, indicou que a luta para suspender o recurso continua, mesmo com o resultado desfavorável na primeira instância. Um pedido administrativo está sendo preparado para ser enviado aos diretores do aplicativo, buscando um consenso sobre o uso da ferramenta.
Embora reconheça a importância do Waze para a segurança pública e mobilidade, Oliveira sustenta que a visibilidade das fiscalizações é um ponto fraco para o órgão. Ele destaca que não apenas motoristas comuns, mas também criminosos se beneficiam do recurso, como traficantes e foragidos.
Contato com o Waze
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Em paralelo ao recurso judicial, o diálogo com o Waze continua. O Detran-GO busca uma solução que harmonize segurança e fiscalização, sem previsão concreta para a suspensão do recurso. O presidente do órgão expressa que sua experiência como delegado reforça a preocupação com o uso indevido da plataforma.
Essa situação levanta questões sobre o equilíbrio entre transparência e segurança nas ferramentas digitais modernas. Enquanto o Detran-GO tenta limitar o alcance do recurso, a expectativa é que as negociações possam resultar em ajustes benéficos para todas as partes envolvidas.