9 motores que devem desaparecer do Brasil por poluírem demais
Novas regulamentações a respeito da emissão de poluentes podem encerrar a venda de determinados tipos de motores no país.
As mudanças nas regulamentações do mercado automotivo brasileiro podem resultar na extinção de alguns motores a combustão veteranos utilizados em modelos novos nos próximos anos. Essa transformação ficará ainda mais acelerada com a oitava fase do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve).
O Proconve é uma legislação criada nos anos 1990 no Brasil que corresponde ao programa europeu de emissões Euro 6. Sua próxima fase, a L8, entrará em vigor entre 2025 e 2026 e terá novos ciclos até 2029, quando ficará ainda mais restritiva.
Atualmente, o programa exige um máximo de emissões de 80 mg/km de Nmog + Nox (gases orgânicos não metanos + óxidos de nitrogênio) para carros de passeio. Já a próxima etapa terá o limite reduzido para 50 mg/km, levando em conta a média da frota.
Com a mudança no cálculo para a média em detrimento da unidade comercializada, modelos com índices mais baixos de emissão poderão compensar os mais poluentes.
O teto voltará a cair para 40 mg/km de Nmog + Nox em 2027, recuando novamente para 30 mg/km em 2029. Mesmo com a flexibilidade garantida pela adoção da média, as montadoras terão que eletrificar as frotas para cumprir as exigências.
Extinção de motores que poluem demais
Com a entrada da nova regulamentação em vigor, motores mais antigos e menos eficientes devem dar adeus ao mercado brasileiro nos próximos anos. Confira alguns exemplos:
1. Volkswagen 1.4 TSI
O propulsor 1.4 TSI da Volkswagen deve deixar saudade nos amantes da marca alemã. Sua estreia ocorreu em 2013 na sétima geração do Golf, enquanto a aposentadoria deve ocorrer agora, mais de dez anos depois. O possível substituto é o motor 1.5 TSI Evo2, que vem da mesma família.
2. Hyundai 1.6 Kappa
Presente apenas no Creta Action, o propulsor pode sair do mercado assim que a versão de entrada do SUV for descontinuada.
3. Hyundai 2.0 Nu
A Hyundai também deve aposentar o propulsor 2.0 Nu que equipa o Creta Ultimate de segunda geração. A expectativa é que o modelo receba um motor turbo mais moderno e eficiente, mas mantenha os índices de potência e torque.
4. Chevrolet 1.8 SPE/4
Inaugurado com o Corsa C há mais de 20 anos, o motor já recebeu os nomes Econoflex e Família I antes de se chamar 1.8 SPE/4 8V flex. Embora tenha sido repaginado para equipar a Chevrolet Spin renovada atendendo às normas do Proconve L7, ele dificilmente conseguirá acatar as exigências da Proconve L8.
5. Chevrolet 1.4 Ecotec turbo
O adeus do motor 1.4 Ecotec turboflex de 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque está previsto para 2024. Ele, que equipou a penúltima geração do Tracker reestilizado, será descontinuado juntamente com Chevrolet Cruze e Cruze Sport6.
6. Peugeot-Citroën 1.6 EC5
Conhecido como EC5, esse veterano dará lugar à versão Turbo 200 e outras versões turbinadas. O C4 Cactus, que ainda leva o motor, está com os dias contados. Já os modelos 208 e Citroën C3 que carregam o dinossauro não devem durar muito tempo.
7. Peugeot-Citroën 1.6 THP
Seguindo o mesmo exemplo acima, o motor 1.6 THP com até 173 cv e 24,5 kgfm existe apenas no Citroën C4 Cactus. Como as chances do modelo sair de linha são grandes, o adeus do propulsor está previsto para breve.
8. Fiat 1.0 Fire
Clássico do início dos anos 2000, o motor 1.0 Fire é usado apenas no Mobi, mas deve dar lugar ao 1.0 Firefly 6V de três cilindros. O substituto já é usado no Citroën C3, Fiat Argo e Peugeot 208.
9. Fiat 1.4 Fire
O motor 1.4 Fire está presente na Fiat Fiorino, no Peugeot Partner Rapid e em versões de exportação da Fiat Strada. Apesar de ainda ter potencial para sobreviver por mais algum tempo, ele pode ser extinto para acompanhar o 1.0 Fire.