Desligar o ar economiza gasolina? Tanque cheio gasta mais? Veja a resposta para estes e outros mitos sobre seu carro
Na busca pela economia de combustível, motoristas encontram mitos e verdades que podem atrapalhar ou ajudar bastante.
O motorista brasileiro pode preparar o bolso para um novo aumento no combustível, já que a Petrobras reajustou em 6% os preços da gasolina vendida em suas refinarias. Como deixar de usar o veículo não é uma opção viável para a maioria, a solução é adotar medidas para economizar.
O problema é que a internet está repleta de dicas para poupar combustível, e muitas vezes é difícil saber quais delas são realmente eficazes. Para ajudar o condutor que não quer desperdiçar nem um real por conta de hábitos que aumentam o consumo, selecionamos os principais mitos e verdades a respeito da economia de combustível.
Desligar o ar-condicionado e abrir a janela
O ar-condicionado costuma ser encarado como um grande vilão do bolso do motorista, mas nem sempre desligar o aparelho e abrir a janela é vantajoso. Segundo o engenheiro mecânico e de automóveis Márcio D’Agosto, professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, essa economia não acontece em estradas e vias expressas.
Nesses locais, pode valer a pena manter os vidros fechados e o equipamento funcionando, já que a resistência aerodinâmica gerada pela abertura das janelas deixa a diferença de consumo na casa dos 10%. Para muitos, isso não é suficiente para compensar o sacrifício de passar calor.
Nas estradas, o ar-condicionado vale a pena porque o gasto se dilui no consumo geral, já que o veículo trafega em uma velocidade mais estável, complementa Adilson Dantas, técnico de Educação Profissional do Senai.
Porta-malas e tanque lotados
É fato que quanto mais pesado o carro, mais energia ele consome. Isso acontece porque o automóvel com carga desnecessária precisa de mais força e, consequentemente, de mais combustível para acelerar. Por isso, aquela dica de esvaziar o porta-malas antes de sair de casa realmente está correta.
Já em relação ao tanque cheio, há quem diga que é melhor abastecer aos poucos para não aumentar o peso do carro. Na opinião do professor da Coppe/UFRJ, essa prática não gera tanta economia, sobretudo quando o condutor corre o risco de ficar sem gasolina.
Além disso, as paradas no posto reduzem o período em “velocidade de cruzeiro” e afetam o desempenho geral do veículo. “O tanque precisa estar na medida da sua necessidade; ficar cheio e não usar é carregar peso desnecessário, mas trafegar com pouco combustível também é perigoso e pode comprometer o desempenho do veículo”, orienta Dantas.
Ambos os especialistas pontuam que a recomendação mais importante é abastecer em postos confiáveis para evitar produtos de má qualidade ou adulterados.
Acelerar de leve e descer na ‘banguela’
Reduzir a velocidade média é outra estratégia usada para economizar. No entanto, os especialistas afirmam que o que realmente importa é evitar acelerações e frenagens bruscas. O ideal é manter a rotação do motor na faixa de 2 mil RPM (rotações por minuto) e realizar a troca de marchas no momento certo.
Outro truque comum é dirigir o veículo em ponto morto nas descidas, a chamada “banguela”. Além de não economizar combustível, a prática é perigosa porque aumenta o risco de acidentes e ainda reduz a vida útil dos componentes do sistema de freios.