Vem mudança aí? Placa Mercosul é ‘depenada’ e perde elementos que dificultam clonagem
Senador propõe mudanças para tornar a placa de identificação dos veículos mais segura, mesmo dentro do padrão Mercosul.
A Placa Mercosul foi implementada no Brasil em 2020, conforme acordo realizado entre os países do bloco para unificar a identificação de seus veículos. O novo modelo tem algumas diferenças em relação ao antigo, inclusive em relação às informações exibidas na chapa.
Ela deixou de informar, por exemplo, a cidade e o estado de origem do veículo. Para que esses dados voltem a constar no documento, o senador Esperidião Amin (PP-SC) apresentou um novo projeto de lei, já aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos.
Volta das informações de origem
Segundo o autor do projeto, a informação ostensiva do local de registro do veículo facilita a identificação da origem de um automóvel em situações de crime e infrações. “As polícias rodoviárias, agentes de trânsito e outros órgãos de fiscalização dependem dessa informação para realizar seu trabalho de forma eficiente e precisa”, disse.
Além disso, os dados promovem um “senso de identidade regional” e pertencimento nos motoristas, ajudando a evitar acidentes decorrentes da não familiaridade com o trânsito local. “Por último, tornariam mais fácil o trabalho de levantamento de estatísticas de visitantes em cidades polo de turismo”, acrescenta Amin.
Vale mencionar que, embora as placas Mercosul não forneçam detalhes da origem do carro ou da moto, como acontecia com as antigas, o condutor pode acessar o aplicativo Sinesp Cidadão para obter essas informações.
O PL foi encaminhado para análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde tramita em caráter conclusivo. Se aprovada no Congresso, a medida também passará por avaliação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Mudanças na placa Mercosul
Desde sua chegada, o novo formato de placa veicular abandonou diversos itens de segurança, como a indicação da localidade onde o veículo foi registrado. Previsto na patente do item, o chip de identificação é mais um elemento que nunca foi implementado.
A maioria dos itens foi removida durante o governo de Michel Temer, quando a chapa estreou no Brasil. Em junho de 2019, o Contran autorizou a retirada das palavras “Brasil” e “Mercosul” com efeito difrativo sobre os caracteres, que ajudavam a prevenir clonagens e falsificações. Também foram removidas as ondas sinusoidais grafadas no fundo branco da placa.
Segundo a gestão da época, as diversas mudanças em elementos de segurança serviram para reduzir os custos de fabricação e o consequente impacto financeiro para os motoristas. Porém, um dos efeitos negativos das alterações é tornar mais fácil a clonagem e a falsificação do equipamento.