Comprou um carro na pandemia? Agora não é a melhor hora para vender
Preço médio de carros seminovos e usados recuou nos últimos 12 meses, segundo pesquisa de consultoria automotiva.
O mercado automotivo sentiu bastante os efeitos da pandemia do novo coronavírus, quando o preço de carros seminovos e usados registrou uma alta histórica. O principal motivo foi a falta de componentes, que gerou escassez de produtos novos nas concessionárias.
O comprador que precisou ou quis adquirir um automóvel zero-quilômetro na época teve que desembolsar uma boa quantia, mas a situação mudou. Para esses motoristas, vender o veículo agora é uma má ideia, porque provavelmente não será possível recuperar o investimento.
Hoje, o mercado de carros novos vive um cenário de queda nos preços, o que influencia diretamente o segmento de seminovos e usados. Trata-se do chamado efeito cascata na indústria.
Não é hora de vender
A chegada das montadoras chinesas de modelos elétricos com seus preços competitivos iniciou o corte nos valores. De janeiro até agora, marcas como Chevrolet, Jeep, Toyota, Volkswagen, Ford, Fiat e Caoa acompanharam a tendência e também reduziram os preços.
Quando o preço dos carros zero-quilômetro começa a cair, significa que há mais oferta do que procura. Quem precisa vender o carro usado vai sofrer com a concorrência do novo, principalmente entre os modelos de zero a três anos”, explica Enilson Sales, presidente da Fenauto (Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores).
Os preços alcançaram seu pico em maio de 2023, época em que o governo anunciou o programa de incentivos para a compra de carros novos de até R$ 120 mil. O preço médio dos automóveis era de R$ 105 mil em abril do ano passado, mas caiu para R$ 96 mil no mesmo mês deste ano.
No quarto mês de 2024, foram vendidos 968 mil veículos usados, um novo recorde para o setor. Considerando a garantia de oferta de modelos novos, a queda nos preços deve continuar.
“O mercado de usados continua movimentado, mas veículos comprados há mais de seis meses dificilmente alcançarão margens positivas na comercialização – é melhor absorver o prejuízo e partir para novos estoques comprados a valores mais baixos”, diz Briganti.
Para os proprietários que desejam vender o carro agora, o atual cenário de preços em baixa não configura o melhor momento. Já para quem deseja comprar um automóvel de segunda mão, a hora é boa para encontrar um valor competitivo.