Tesla Cybertruck: quais perigos um carro ‘indestrutível’ traz aos passageiros?
Picape de aço inoxidável volta a viralizar na internet com vídeo que demonstra a rigidez da carroceria. Há perigo nisso?
A picape elétrica Tesla Cybertruck voltou a ser um dos assuntos mais comentados na internet após a divulgação de um vídeo que suscitou questionamentos sobre o perigo de uma lataria excessivamente rígida para a segurança dos ocupantes. A carroceria do modelo é produzida com aço inoxidável e apresenta um visual retilíneo, cheio de vincos.
O dono da montadora, Elon Musk, promete que o veículo é à prova de balas. Afinal, isso é um ponto positivo ou pode prejudicar a segurança do motorista, dos passageiros e de terceiros em caso de acidente?
@rosssmith Testing The Cybertruck’s Strength 🛻 @ur fav 💘 #cybertruck #tesla ♬ Funkytown (From “Shrek 2”) – Geek Music
Carro ‘indestrutível’ gera mais risco?
Um carro em movimento produz energia cinética, o que o faz se movimentar. Na hora de desacelerar, o sistema de freios atua para reduzir essa energia cinética e pode até transformá-la em energia armazenada para a bateria, como no caso dos veículos elétricos.
Ao parar de forma repentina, como em uma colisão, essa energia precisa ser dissipada e acaba sendo absorvida pelas peças do automóvel. “A energia é dissipada na batida, sendo absorvida pelas peças. Então, quando a gente vê os carros amassando, quebrando, isso é para impedir que as pessoas que estão no veículo sejam atingidas”, explica a professora de Física do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), Sônia Guimarães, ao portal G1.
Os carros modernos utilizam até deformações programadas para dissipar essa energia em caso de acidente, precisamente para evitar danos à integridade dos ocupantes. Apesar do vídeo, a picape Cybertruck consegue amassar durante uma colisão, por exemplo, além de resistir a garrafas de vidro e balas de 9 mm.
Porém, o modelo ainda não passou pela avaliação de instituições especializadas em segurança, como a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) e o Euro NCAP, responsáveis por determinar o índice de segurança dos carros nos Estados Unidos e na Europa, respectivamente. Isso significa que ainda não é possível mensurar ou garantir a proteção oferecida pela picape, por exemplo, durante uma colisão.