Vendas do Toyota Corolla recuam, mas SUVs não são os únicos responsáveis
Encolhimento do mercado de sedãs médios no Brasil ocorre há algum tempo e o cenário não é dos melhores para a Toyota.
Os SUVs caíram nas graças dos brasileiros e transformaram o mercado para os sedãs médios no Brasil. Não é de hoje que o segmento vem encolhendo e perdendo representantes, mas atualmente o número de competidores está bastante reduzido.
Outra coisa que não é novidade é a liderança do Toyota Corolla no segmento, sempre se mantendo à frente enquanto os rivais desistem de competir. Ainda assim, a situação no mercado brasileiro não está fácil para o japonês.
A impressão era de que a invasão dos SUVs já havia expulsado quem tinha que expulsar, levando o segmento dos sedãs à estabilidade. Nesse suposto ponto de equilíbrio, o Corolla dominava supremo e os concorrentes ficavam com o resto dos clientes que não podiam ou queriam pagar pelo Toyota.
No entanto, uma mudança no cenário está em curso em 2024. Até o ano passado, o Corolla emplacava cerca de 3.500 unidades por mês e detinha até 78% de participação entre os sedãs médios. O Nissan Sentra, vice-líder, vendeu menos de 2.200 carros em 2024.
Porém, de janeiro a maio deste ano, o sedã japonês emplacou aproximadamente 13,3 mil unidades, ou seja, 2,6 mil carros por mês. Sua participação de mercado despencou de 77,99% em 2023 para 65% nos primeiros cinco meses, mas a culpa não é só dos SUVs.
O inimigo mora ao lado
O encolhimento das vendas do Corolla sofre também o impacto do leve aumento nas vendas do Sentra, seu principal concorrente, além da chegada do BYD Seal. Com 2.039 carros vendidos este ano, o modelo da Nissan tem 9,96% desse bolo, enquanto o elétrico chinês já alcança 9,33% de participação (1.910 unidades).
Antes em terceiro lugar no segmento, o Jetta caiu para a quarta colocação e responde por 6,24% das vendas do segmento, com 1.279 emplacamentos entre janeiro e maio.
Para piorar, a BYD deve lançar no Brasil um novo sedã híbrido plug-in com porte semelhante ao do Corolla, o King, que tem autonomia de cerca de 100 km no modo elétrico. O modelo também se destaca pelo belíssimo design, pela quantidade de tecnologia embarcada e pelos preços, mais competitivos que os do Corolla híbrido.
É bem verdade que os fãs da Toyota são fiéis e não abrem mão da confiabilidade que a montadora japonesa oferece, mas o cenário não está nada bom para a marca. O que resta é esperar para saber qual será o futuro do campeão.