Preço da gasolina é reajustado em mais de 7% pela Petrobras

A gasolina aumentou 62% em 2021. Empresa alega que a volatilidade externa causou o reajuste nas refinarias.

A gigante brasileira de petróleo e gás, Petrobras, aumentou os preços dos botijões de gás de cozinha e da gasolina em mais de 7 por cento. A empresa cita a “volatilidade externa causada por eventos circunstanciais”.

Os aumentos não afetarão diretamente os consumidores, pois sempre há uma defasagem entre o momento em que a Petrobras altera seus preços e quando isso se reflete nos preços finais cobrados pelas distribuidoras.

Só neste ano, os botijões de gás domésticos ficaram 45% mais caros. Já a gasolina aumentou 62%. Os botijões de gás domésticos se tornaram proibitivamente caros para as famílias pobres, forçando alguns brasileiros a cozinhar com etanol – que é altamente perigoso e tem levado a um aumento de acidentes domésticos com risco de vida.

“Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado continue sendo abastecido de forma econômica e sem o risco de desabastecimento dos diversos atores responsáveis ​​pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, afirmou a declaração da empresa.

Os preços dos combustíveis têm sido um dos fatores importantes por trás da inflação, que ultrapassou a marca de 10% em 12 meses pela primeira vez em seis anos.

Inflação

Os preços ao consumidor do Brasil aumentaram 1,16 por cento em setembro – a maior alta no mês desde a criação do real em 1994. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a inflação em 12 meses é de 10,25 por cento, chegando a dois dígitos no primeiro tempo desde 2016, quando o país enfrentou o que foi então a pior recessão da história do Brasil.

Como tem acontecido nos últimos meses, o índice foi pressionado para cima pelos preços da eletricidade, que subiram quase 6,5%. Com os reservatórios hidrelétricos em níveis perigosamente baixos, o governo aumentou o uso de usinas termelétricas, que são mais poluentes e caras. Nos últimos 12 meses, as contas de eletricidade aumentaram quase 29%.

Os combustíveis para automóveis e o gás de cozinha também contribuíram fortemente para a pressão inflacionária geral sobre o consumo das famílias. As famílias de baixa renda estão encontrando cada vez mais dificuldade para comprar botijões domésticos de gás de cozinha e, em vez disso, estão cozinhando com etanol – que é altamente perigoso e tem levado a um aumento de acidentes domésticos com risco de vida.

Por outro lado, os preços das carnes caíram pela primeira vez em sete meses (-0,2 por cento), movimento possivelmente ligado à redução das exportações de carnes para a China. No início de setembro, o Brasil registrou casos de doença da vaca louca, que desencadeou a suspensão automática das exportações após acordos sanitários entre os dois países. “Com a paralisação das exportações, aumentou a disponibilidade no mercado interno”, disse o analista Pedro Kislanov.

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