Cheiro de prejuízo: como identificar (e testar) um combustível adulterado?
Golpistas utilizam produtos indevidos ou em quantidades inadequadas para aumentar a margem de lucro na venda de combustíveis.
Não são raros os casos de investigações policiais que acabam na apreensão de quadrilhas que falsificam combustíveis no Brasil. É por isso que muitos motoristas sofrem com os efeitos negativos do uso de produtos adulterados em seus veículos, como perda de potência e até a quebra de peças.
A adulteração ocorre quando o combustível original é misturado com outros componentes, como metanol e água (etanol) ou álcool anidro/hidratado (gasolina), além dos limites permitidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Também há casos em que a substância que entra na composição nem mesmo é autorizada.
Existem algumas formas de evitar cair nesse tipo de golpe, como solicitar ao frentista do posto que faça um teste rápido em sua presença e abastecer apenas em estabelecimentos de confiança. Como nem sempre isso é possível, o motorista precisa aprender alguns truques.
Como identificar combustível adulterado?
Imagem: Shutterstock
Quando abastecido com um combustível de baixa qualidade, o veículo apresenta alguns sinais, como aquela sensação de “engasgo” causada pela perda de potência do motor. Nos carros modernos, a luz da injeção com formato de motor acende no painel logo após o abastecimento. Uma partida mais longa é mais um indício de problema.
Outro ponto que denuncia o uso de gasolina, álcool ou diesel adulterados é a queda no desempenho do automóvel, por exemplo, por meio de falhas durante a aceleração.
Esses sinais ficam mais claros ao longo do tempo e rapidamente se transformam em prejuízos, como formação de resíduos, componentes prematuramente desgastados e peças quebradas.
O etanol adulterado, especificamente, faz o escapamento soltar água de maneira incomum e também pode gerar batida de pino no capô do motor.
No caso da gasolina de má qualidade, os sintomas mais recorrentes são engasgos na partida, entupimento da bomba e baixa resposta do acelerador.
Como testar o produto?
O teste rápido de qualidade feito nos postos utiliza um kit simples, leva menos de um minuto e inclui a coleta da gasolina diretamente da bomba. O procedimento consiste em preencher metade de um tubo com o produto e completar a outra metade com água; após isso, basta balançar o conteúdo algumas vezes.
Como a gasolina não se mistura com a água, a fase aquosa deve ocupar as marcações de 63 e 64 ml da proveta, considerando que a presença de etanol aceita pela legislação é de até 27%, com margem de 1 ponto percentual.
Outro teste simples também pode ser feito em casa com 50 ml de gasolina e 50 ml de água salgada. Basta misturar os dois itens em um copo e esperar 15 minutos. Se mais de 13 ml da mistura se separarem da gasolina, é provável que haja adulteração.