Tudo igual: por que os carros estão com cada vez menos opções de cores?
Cinza, branco e peto. Paletas de cores está cada vez mais limitada nos dias atuais.
Nos últimos 20 anos, a paleta de cores dos carros disponíveis no mercado tem se tornado cada vez mais limitada, com uma predominância esmagadora de tons neutros como branco, preto, cinza e prata.
Um estudo da empresa iSeeCars, realizado nos Estados Unidos, revela que enquanto em 2004 essas cores representavam 60% das vendas, em 2024 essa cifra subiu para impressionantes 80%.
O fenômeno parece remeter a uma saturação do consumo por essas tonalidades, provocada não só pela prevalência de opções mais práticas e em conta, mas também pela escolha consciente dos consumidores.
A realidade nacional
No Brasil, o cenário não é muito diferente. Apesar de uma cultura automotiva vibrante e diversificada, as opções de cores para os cinco carros mais vendidos no país mostram que a paleta está se restringindo cada vez mais. Com base nos dados de agosto de 2024, analisamos quais são as opções disponíveis para os modelos que dominam o mercado brasileiro:
1. Fiat Strada
Foto: Divulgação/Fiat
Com 16.423 unidades vendidas, a Fiat Strada se destaca não apenas pela sua popularidade, mas também pela oferta reduzida de cores. A única opção adicional ao tradicional branco, preto, cinza e prata é o vermelho sólido, que não possui custo adicional. Essa limitação pode ser vista como tanto uma estratégia comercial quanto uma resposta ao gosto do consumidor, cada vez mais voltado para as cores neutras.
2. Volkswagen Polo
Foto: Divulgação/Volkswagen
O Volkswagen Polo, com 14.274 vendas, conta apenas com uma opção de vermelho, mas, ao contrário da Strada, esse tom é metálico e vem com um acréscimo de R$ 1.650. Assim, mesmo quando um consumidor quer se desviar da monotonia das cores standard, ele é desencorajado pela imposição de custos adicionais.
3. Chevrolet Onix
Foto: Divulgação/Onix
O Chevrolet Onix, que vendeu 9.018 unidades, é uma exceção à regra. Ele oferece não apenas o Vermelho Carmin, mas também o Azul Seeker, permitindo que os consumidores que buscam algo diferente tenham mais liberdade de escolha, embora ainda dentro de um espectro limitado.
4. Fiat Argo
Foto: Divulgação/Fiat
Seguindo a tendência da Fiat Strada, o Fiat Argo (com 7.768 unidades) mantém as mesmas opções de cores, limitando-se às tonalidades neutras e ao vermelho sólido, reforçando a ideia de que a marca está comprometida com a simplicidade e a segurança estéticas em suas vendas.
5. Volkswagen T-Cross
Foto: Divulgação/Volkswagen
O caso do Volkswagen T-Cross é emblemático do problema em questão. Na sua versão de entrada, não existem nem mesmo as quatro cores tradicionais, oferecendo apenas branco, preto e prata. Somente na versão Highline, que custa R$ 182.000 sem opcionais, o consumidor pode encontrar o Azul Norway como opção. Essa escolha acaba se revelando decepcionante para os que buscam uma expressão mais ousada em suas escolhas automotivas.
A tendência pela escolha de carros em tons de cinza, branco e preto não é exclusiva do Brasil; ela reflete uma mudança global no comportamento do consumidor. No entanto, a situação nacional poderia deixar de ser tão monótona.