Alta de 10% na gasolina PESA no bolso dos brasileiros em 2024; Petrobras fez apenas um reajuste
ANP divulga alta nos preços de gasolina, diesel e etanol em 2024. Mudanças na política de impostos e estratégias da Petrobras influenciam cenário.
Em 2024, os consumidores brasileiros enfrentaram um aumento nos preços dos combustíveis, conforme revelado pelos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esses reajustes refletem mudanças na tributação e na política da Petrobras.
A gasolina, o diesel e o etanol apresentaram variações de preço significativas, mas o biocombustível se destacou com a maior alta registrada no segundo ano do governo Lula. A queda na produção de cana-de-açúcar, aliada às cotações internacionais do açúcar, contribuiu para essa elevação.
Além disso, a reoneração do PIS/Cofins e o aumento do ICMS foram fatores cruciais para o encarecimento dos derivados de petróleo.
Aumento nos preços dos combustíveis em 2024
O preço médio da gasolina avançou de R$ 5,58 no fechamento de 2023 para R$ 6,15 na última semana de 2024. Assim, a alta anual foi de 10,21%.
Já o etanol passou de R$ 3,42 para R$ 4,12 no mesmo período de comparação, um aumento de 20,46%. Por fim, o diesel avançou de R$ 5,86 para R$ 6,06 em 12 meses, somando um acréscimo de 3,41% no ano.
Mesmo com o aumento dos preços nos postos, a gasolina impactou menos o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 do que em 2023. Essa mudança reflete não apenas a variação nas alíquotas de impostos, mas também uma atuação menos intervencionista da Petrobras na política de preços.
Política de preços da Petrobras
A Petrobras alterou sua política de preços em maio de 2023, abandonando a paridade que acompanhava a cotação internacional.
Em 2024, um único ajuste ocorreu em julho, com aumento de R$ 0,20 na gasolina para as distribuidoras. Essa estratégia ajudou a estabilizar os preços dos combustíveis internamente.
As variações no dólar e as cotações do petróleo no mercado externo influenciaram menos os reajustes. Mesmo com a volatilidade das commodities, a Petrobras optou por não repassar os custos imediatamente, evitando aumentos maiores para o consumidor final.
Mudanças tributárias e inflação
Desde 2021, houve várias alterações nos impostos sobre combustíveis, culminando em 2024 com a reoneração definitiva. Essa mudança buscou estabilizar os preços ao consumidor e controlar a inflação, impactada por crises globais e pela guerra na Ucrânia.
O fim das frequentes mudanças tributárias foi um marco importante, proporcionando maior previsibilidade no setor. A estabilidade nos tributos foi crucial para evitar flutuações intensas nos preços dos combustíveis.
Os combustíveis, especialmente a gasolina, possuem um grande peso no orçamento familiar brasileiro. Em 2024, a influência dos combustíveis no IPCA foi de 9,53%, uma redução significativa em comparação com os 17,57% registrados em 2023.
Conflitos internacionais e questões fiscais nacionais continuam a representar desafios para a inflação. O governo brasileiro busca alternativas para equilibrar as contas públicas, enquanto a taxa Selic deve sofrer ajustes para conter os preços.