Carros da BYD ficarão mais baratos com produção no Brasil?
Produção da BYD na fábrica de Camaçari começa em junho, com foco na motorização híbrida-flex.
A montadora chinesa BYD se prepara para iniciar as operações em sua primeira fábrica no Brasil, especificamente em Camaçari, na Bahia. As atividades estão previstas para começar no dia 26 de junho de 2025.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente sênior da marca, Alexandre Baldy, que destacou o foco na tecnologia híbrida-flex. Até o momento, somente a Toyota oferece híbridos plenos no Brasil.
O primeiro modelo a ser montado será o Dolphin Mini, mas detalhes sobre outros veículos ainda não foram revelados. A expectativa é que a introdução dessa tecnologia, junto ao uso do etanol, traga um diferencial competitivo significativo para a marca no mercado brasileiro.
A empresa anunciou que deseja tornar o combustível renovável mais atraente ao consumidor.
Desafios e atrasos na implementação
A previsão inicial era começar a produção em 2024, mas diversos contratempos causaram adiamentos. Denúncias de condições análogas à escravidão de trabalhadores chineses contratados pela Jinjiang Construction Brazil Ltda resultaram em embargos e rompimento de contrato.
Além disso, chuvas fortes e atrasos na liberação de máquinas importadas contribuíram para o atraso.
Esses problemas culminaram em um processo movido pelo Ministério Público contra a BYD, Jinjiang e Tecmonta, exigindo R$ 257 milhões por danos morais coletivos.
Apesar dos desafios, a BYD manteve seus planos e iniciará a produção em 26 de junho, com plena operação prevista para dezembro de 2026, segundo o secretário do Trabalho da Bahia, Augusto Vasconcelos.
Expectativas para o mercado brasileiro
A BYD busca tornar-se a segunda montadora no Brasil a oferecer um híbrido pleno, utilizando o etanol como vantagem competitiva. A tecnologia plug-in será parte do processo, permitindo que o sistema utilize a eletricidade como fonte de energia adicional.
A Toyota atualmente lidera o mercado com seus modelos Corolla.
Baldy sinalizou interesse em tornar o etanol tão competitivo quanto a gasolina ou eletricidade. Esse movimento visa oferecer um custo-benefício atrativo para os motoristas.
O modelo Song Pro pode ser um dos primeiros a adotar essa tecnologia, aproveitando o potencial do mercado nacional e a preferência do consumidor por combustíveis renováveis.
A expectativa de preços mais acessíveis foi atenuada por Baldy, que afirmou que eles devem permanecer estáveis.
Inicialmente, a montagem dos veículos seguirá o regime SKD, com peças parcialmente desmontadas, evoluindo para uma produção totalmente nacional após 12 meses.