5 caminhões que prometiam, mas fracassaram no Brasil
Confira os cinco caminhões que, apesar das expectativas, não conseguiram alcançar sucesso no Brasil.
O mercado de caminhões no Brasil é dominado por modelos testados para oferecer produtividade, confiabilidade e baixo custo operacional.
Diferente dos carros de passeio, os pesados não costumam apostar em apelo emocional, design chamativo ou tendências de consumo.
Mesmo assim, nem sempre as montadoras acertam: alguns modelos entram no país com grandes expectativas, mas acabam se tornando verdadeiros fracassos comerciais.
Entre problemas de projeto, assistência limitada, consumo elevado e falta de adaptação às condições brasileiras, muitos caminhões não conseguem conquistar o público.
5 caminhões que não vingaram no mercado nacional
Confira cinco exemplos de modelos que decepcionaram no Brasil e entenda os motivos por trás de cada caso:
1. Scania R470 – O polêmico Turbo Compound
Foto: Divulgação
O Scania R470 surgiu como uma promessa para aplicações bitrem e rodotrem, unindo potência e economia de combustível por meio do sistema Turbo Compound.
A tecnologia, pioneira na época, usava duas turbinas, aproveitando os gases do escapamento para gerar potência extra sem aumentar o consumo.
Apesar da inovação, o R470 enfrentou críticas pelo alto custo e complexidade da manutenção, especialmente do sistema Turbo Compound.
Muitos apontam que a falta de manutenção adequada contribuiu para a má fama do modelo no Brasil. O R470 deixou o mercado em 2011, sendo substituído pelos modelos R480 e R440, este último se tornando o caminhão mais vendido da história da Scania no país.
2. Iveco Powerstar 370 – Um modelo lançado no momento errado
Foto: Divulgação
O Iveco Powerstar 370, conhecido como “bicudo”, foi desenvolvido na Argentina em parceria com a Austrália. Apesar da proposta interessante, o modelo chegou ao Brasil no início dos anos 2000, quando o mercado de caminhões bicudos já estava em declínio.
Foram importadas pouco mais de 120 unidades, e planos de ampliar a produção nunca se concretizaram. Hoje, o Powerstar é uma raridade no mercado nacional e não conseguiu conquistar seu público-alvo.
3. Sinotruk Howo – Problemas de adaptação e pós-venda
Foto: Divulgação
A Sinotruk Howo chegou ao Brasil em 2008 com investimentos robustos, mas esbarrou em um problema crítico: rede de concessionárias limitada e pós-venda deficiente. Além disso, os caminhões apresentavam problemas mecânicos e não estavam totalmente adaptados ao clima e à topografia brasileiras, o que prejudicou o desempenho em rotas pesadas.
Atualmente, restam poucos modelos no país, muitos com motores substituídos por versões de outras marcas.
4. International 9800i – O sonho americano que não deu certo
Foto: Divulgação
O International 9800i foi a tentativa de trazer um caminhão americano ao Brasil, com motor de 410 cv e câmbio manual de 13 marchas, ou automatizado de 18 marchas.
Apesar da cabine espaçosa, o modelo teve vendas fracas: de cerca de 900 unidades emplacadas inicialmente, caiu para apenas 60 em 2016, ano em que a marca deixou o país.
O principal motivo do fracasso foi novamente a falta de estrutura de pós-venda, algo essencial para o mercado brasileiro de pesados.
5. Shacman – Fracasso absoluto
Foto: Divulgação
A Shacman chegou ao Brasil com projetos promissores, incluindo modelos como TT 420 6×4 e TT 385 4×2/6×4, desenvolvidos com engenharia local.
Mesmo após testes rigorosos em Angola e 500 mil quilômetros de avaliação no Brasil, o caminhão não emplacou: foram vendidas apenas 16 unidades em 2012 e 34 em 2013.
O fracasso se deve a baixo reconhecimento da marca, dificuldade de assistência técnica e resistência limitada dos componentes frente às exigências do mercado brasileiro.
Mesmo com tecnologia avançada e projetos bem-intencionados, o sucesso de um caminhão no Brasil depende de fatores como manutenção acessível, rede de concessionárias sólida, adaptação às condições locais e custo-benefício real. Esses cinco exemplos mostram que, no segmento de pesados, inovação sozinha não garante sucesso.