Brasil incorpora eletricidade nas metas para cortar emissões do transporte

Brasil avança na energia limpa com a integração de eletricidade e biocombustíveis, promovendo descarbonização.

O futuro da energia limpa no Brasil acaba de ganhar um novo impulso. Nesta quarta-feira (1º/9), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou uma resolução que conecta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) ao RenovaBio, visando integrar eletricidade e biocombustíveis em um mesmo eixo estratégico.

A medida, segundo o ministro Alexandre Silveira, reforça o compromisso do país com a segurança energética e a previsibilidade industrial, ao mesmo tempo em que impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

O ato regulamenta, ainda, a presença da eletricidade nas metas da recém-sancionada Lei do Combustível do Futuro (14.993/2024).

Com a decisão, a intensidade de carbono das fontes de energia (ICE) passa a ser medida em um modelo técnico unificado. Isso significa que gasolina, diesel, gás natural, etanol e eletricidade agora entram juntos no cálculo das metas nacionais, passo que aproxima o transporte brasileiro de uma matriz mais sustentável e moderna.

Diretrizes técnicas e mudanças no cálculo

O CNPE estabeleceu parâmetros de ICE por fonte energética e determinou a participação relativa de líquidos, gasosos e eletricidade nas metas de descarbonização. O desenho segue a Lei 14.993/2024 e integra o RenovaBio ao Mover.

Assim, o governo cria referências claras para planejamento e reporte setorial.

O cálculo adota a metodologia poço-à-roda, que considera emissões do ciclo de vida, da produção ao uso. Consequentemente, veículos totalmente elétricos (BEVs) ganham vantagem por utilizarem eletricidade com ICE inferior aos fósseis.

Híbridos flex (HEV) e híbridos plug-in flex (PHEVs flex), por sua vez, se beneficiam da valorização do etanol somada à eletrificação, reforçando uma estratégia de múltiplas soluções.

Impactos no mercado e na infraestrutura

A resolução cria previsibilidade regulatória e orienta o portfólio das montadoras, sobretudo no curto prazo. Entretanto, não oferece incentivos diretos ao consumidor, como descontos fiscais ou crédito específico.

Assim, HEV e PHEVs flex tendem a avançar, enquanto BEVs seguem dependentes de preço, recarga e estímulos de mercado.

A expansão da eletrificação exige redes de recarga robustas e distribuídas. Nesse sentido, iniciativas como o hub da Enel X no SP Market, em São Paulo (SP), ilustram o movimento urbano. Ainda assim, o ritmo de adoção de BEVs dependerá de avanços, confiabilidade e custos totais de uso.

O Brasil avança para uma política integrada de descarbonização no transporte, que coloca biocombustíveis e eletrificação sob o mesmo guarda-chuva regulatório. Por fim, a indústria ajustará escolhas tecnológicas diante de metas ambientais crescentes e de uma competição global mais intensa.

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