Novo limite de velocidade nas rodovias: o que mudou e como evitar multa

Dirigir no automático pode sair caro.

Muitos motoristas ainda dirigem no piloto automático, acreditando que as regras de trânsito nas rodovias brasileiras permanecem as mesmas de anos atrás. Esse hábito, além de perigoso, pode resultar em multas, pontos na CNH e riscos reais à segurança.

Desde 2022, o limite de velocidade nas rodovias passou por mudanças importantes, exigindo atenção redobrada às placas de sinalização e às características de cada via.

Qual é o limite de velocidade nas rodovias?

Foto: iStock

Para eliminar dúvidas, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), atualizado pela Lei nº 14.440, passou a estabelecer os limites máximos de velocidade com base em dois critérios principais: estrutura da via e tipo de veículo. Quando não houver sinalização específica, valem as seguintes regras gerais:

Rodovias de pista dupla

São vias com separação física entre os sentidos de tráfego, como canteiro central ou guard-rail.

  • Carros, motos e picapes (veículos leves): 110 km/h
  • Caminhões e ônibus (veículos pesados): 90 km/h

Rodovias de pista simples

Nessas vias, os fluxos opostos são separados apenas por pintura no asfalto.

  • Carros, motos e picapes (veículos leves): 100 km/h
  • Caminhões e ônibus (veículos pesados): 90 km/h

Estradas rurais não pavimentadas

Conhecidas como estradas de terra ou cascalho.

  • Todos os veículos: 60 km/h

Atenção: a sinalização vertical (placas) sempre tem prioridade sobre a regra geral. Se a placa indicar 80 km/h, esse será o limite válido, independentemente do tipo de pista.

Por que o limite de velocidade mudou?

A principal mudança da legislação foi abandonar a padronização excessiva e adotar critérios baseados em engenharia de tráfego e segurança viária. A lógica agora é adaptar a velocidade às condições reais da rodovia.

Rodovias duplicadas bem estruturadas, como trechos da BR-101 e BR-116, passaram a permitir velocidades maiores para veículos leves, melhorando o fluxo e reduzindo o tempo de viagem.

Rodovias de pista simples, como a BR-163, tiveram o limite reduzido para 100 km/h, com foco na redução de colisões frontais, especialmente durante ultrapassagens perigosas.

Regras mais rígidas para caminhões e ônibus

A legislação passou a ser mais restritiva com veículos pesados. Para caminhões e ônibus, o limite máximo de 90 km/h foi mantido na maioria das rodovias, refletindo o maior tempo de frenagem e o risco adicional em caso de acidentes.

Em subidas íngremes, curvas fechadas e trechos com histórico elevado de acidentes, a sinalização pode impor limites ainda menores, exigindo condução defensiva e atenção constante dos motoristas profissionais.

Impactos na Fiscalização e na Segurança

A implementação das novas regras exigiu uma atuação coordenada do DNIT, da Polícia Rodoviária Federal e das concessionárias. Radares foram recalibrados, placas substituídas e trechos críticos passaram por reavaliação.

Os primeiros resultados indicam avanços importantes:

  • Queda nos acidentes graves em rodovias de pista simples com limite ajustado para 100 km/h;
  • Melhora na fluidez do tráfego em pistas duplicadas, sem aumento relevante no número de ocorrências.

As mudanças no limite de velocidade das rodovias brasileiras não são meros detalhes técnicos. Elas refletem uma nova abordagem que busca equilibrar segurança, fluidez e realidade da infraestrutura.

Ignorar essas regras pode custar caro, no bolso e na segurança. Por isso, antes de acelerar, observe as placas, conheça a via e dirija com consciência.

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